Eu adoro
romances policiais/livros de suspense e adoro ainda mais ver
autores nacionais fazendo sucesso por aí. De modo que não podia estar mais feliz com o
Raphael Montes bombando horrores aqui e lá fora! Quem
assistiu ao meu vídeo sobre Suicidas, romance de estreia do autor, sabe o quanto eu fiquei empolgada. Assim, não é surpresa nenhuma se eu disser que já comprei
Dias Perfeitos, o novo livro do autor, o li em menos de três dias e já tenho uma opinião formada sobre ele.
Vai ser inevitável comparar Dias Perfeitos com o primeiro livro de Raphael Montes, e a primeira coisa que precisa ser dita é: como a escrita dele evoluiu neste segundo romance! O que não mudou nada foi a maneira primorosa de se contar uma história, criando uma atmosfera de suspense e aflição no leitor, que conduz para um desfecho inesperado e surpreendente.
Quanto ao plot, é bem simples, mas funciona super bem: Téo é um estudante de medicina introspectivo e caladão, cujas maiores emoções na vida são dialogar com um cadáver na aula de anatomia e tomar conta da mãe paraplégica. Seu mundinho começa a girar mais rápido quando ele conhece Clarice, uma jovem de veia artística notável, livre e extrovertida, ou seja, basicamente nada a ver com ele! Como dizem que os opostos se atraem, Téo logo desenvolve uma espécie de obsessão pela menina, o que culmina com o estudante raptando-a e a levando para uma road trip estranhíssima, onde irão ocorrer toda a sorte de bizarrices e torturas psicológicas.
Ah, eu comentei que Clarice estava escrevendo um roteiro de um filme chamado Dias Perfeitos? Pois é, ela estava, e achei de um sarcasmo delicioso, porque tudo o que ela não teve na companhia de seu sequestrador foram dias perfeitos.
E apesar de eu já ter iniciado a resenha fazendo uma comparação, acho que isso foi meio injusto da minha parte, visto que Dias Perfeitos nada têm a ver com Suicidas. Porém ambos se passam num mesmo universo, têm alguns personagens coadjuvantes em comum, e Deus sabe como eu adoro quando os autores fazem suas obras "dialogarem"!
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Precious Ones |
Mais uma vez Raphael Montes mostra que manda muito bem na construção dos personagens. O leitor consegue entender as motivações por detrás das ações de Téo e de Clarice, muito embora possa não concordar com elas. A psicopatia de Téo fica bem notável, apesar de ele negar o tempo todo que elaborou aquele terrível plano para fazer mal à Clarice. Pelo contrário, ele parece convencido de que todas as suas atitudes são para o bem dela. A personalidade forte da jovem, por sua vez, também é perceptível, e eu diria que me identifiquei com ela várias vezes!
A narrativa é extremamente perturbadora, e eu realmente me senti mal em diversas passagens do livro, mas isso é um ponto positivo, porque é um sinal de que o autor conseguiu me fazer imergir na história. Uma coisa muito bizarra em que fiquei pensando quando terminei de ler foi: e se existirem Téos reais por aí? E se eu cruzasse o caminho de um destes psicopatas silenciosos? Assustador, né?
Preciso ser muito chata sincera e falar que eu não curti o desfecho proposto por Raphael Montes, foi a única coisa que me decepcionou no livro. Não só porque achei o final bastante injusto, como também não acredito nem por um momento que, na vida real, as coisas terminassem como terminaram na história. Isso não foi, contudo, motivo suficiente para tirar pontinhos de Dias Perfeitos, que surpreende em diversos momentos e é mais uma prova de que Raphael Montes veio para ficar. Xô, maldição do segundo livro!
Eu fiz um vídeo para complementar o post, e sempre acho legal dar a dica de que minhas resenhas em vídeo são mais dinâmicas, direto ao ponto, como se fosse uma conversa informal entre amigos que gostam de livros. E é legal assistir porque eu sempre abordo temas que não falei no post, então, deixe de preguiça e dê logo o play. ;)
(aproveita e se inscreve logo no meu canal para mais vídeos literários)
Ficou com vontade de ler
Dias Perfeitos? Já leu? Amou? Odiou? Conte para mim nos comentários!
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