O Voo da Libélula | Resenha + Reflexão sobre livros mainstream

sexta-feira, 23 de outubro de 2015
O Voo da Libélula do Michel Bussi é aquele tipo de livro escrito com a intenção de virar filme. Mas, calma, isso não é necessariamente ruim. Neste caso, a coisa deu samba e  funcionou muito bem no papel, E, é claro, atingiu seu objetivo e vai ganhar a telona em breve!




A sinopse é bem intrigante: em uma época em que não havia exames de DNA, como lidar quando um desastre de avião acontece, uma bebê sobrevive mas havia duas crianças no voo e não há como identificar a sobrevivente? É claro que uma grande briga entre as famílias das duas bebês envolvidas no caso aconteceu e se desenrolou por anos. Para piorar, enquanto uma família era muito rica, a outra era muito pobre, o que só serviu para aumentar a discórdia.

O clima de romance policial se mantém durante toda a narrativa, e o leitor simplesmente não consegue largar o livro até chegar às últimas páginas, devido à narrativa eletrizante de Bussi que nada deixa a dever a um filme de ação.

Curti muito o desenvolvimento do livro, as personagens e a maneira como tudo se encaixa. Só achei o final meio forçado, mas não se pode ter tudo. De qualquer modo, foi um livro que me surpreendeu positivamente e indico bastante para quem também é fã dos romances policiais.

No vídeo abaixo eu explico melhor sobre a história e conto minhas impressões de leitura. ;)


O Voo da Libelula me fez pensar numa questão pertinente: será que livros comerciais necessariamente são ruina? Será que o termo "best-seller" é mesmo sinônimo para "livro de baixa qualidade"? E, sobretudo, que espécie de auditoria imaginária é essa que "atesta" a suposta qualidade de cada livro?

Este mês participei de um clube de leitura e os comentários de um certo participante me chocaram um pouco pois, em diversos momentos, o cidadão deixou bem claro que achava que um livro com fins lucrativos, pensado e escrito para fazer sucesso e vender bem, é necessariamente um livro inferior. 

Este pseudoargumento, para mim, não fez o menor sentido, porque acredito com força que dá para ser comercial e ser bom ao mesmo tempo, assim como dá para ser underground e ser uma porcaria. Nem tudo feito para render dinheiro é necessariamente ruim, e defender isso, além de soar preconceituoso, me parece meio ignorante, visto que generaliza os livros de uma maneira bastante simplista. 

Euzinha acho, de verdade, que existem livros, livros e mais livros no mundo, e seria no mínimo injusto classificá-los em quadradinhos tão limitados quanto "comercial", "alternativo", "mainstream" e afins. Já li bons best-sellers o suficiente na vida para ter certeza de que, sim, existe vida inteligente na prateleira dos mais vendidos.

Tudo isso para falar que O Voo da Libélula é, de fato, um livro feito para vender, para ganhar dinheiro, para virar roteiro de filme e brilhar na tela grande. Mas não, nada disso tira seu mérito. É um livro sensacional que tem tudo para dar ainda mais certo no cinema.

Mais bom senso e menos ideias pré-concebidas, minha gente! Afinal, como seres que leem e se informam, não podemos nos deixar levar por falsos juízos de valor. ;)

Essa discussão dá muito pano para manga, mas vou ficando por aqui. Mas queria ouvir seus dois centavos sobre o tema, Compartilhe comigo sua opinião!


bjs
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





A Lista, de Cecelia Ahern | Resenha

quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Para resenhar esse livro, primeiro teremos que falar da autora, normalmente temos nossos autores preferidos, que qualquer coisa escrita por eles, até lista de supermercado, leremos. Esse não é o caso de Cecelia Ahern, ela me leva do amor ao ódio em 2 tempos e com muitos altos e baixos no meio disso. O primeiro livro que li dela foi PS: Eu Te Amo e eu ODIEI, achei arrastado, a leitura não fluía de forma alguma, uns 2 anos depois li Love, Rosie (Simplesmente Acontece, tem resenha aqui no blog) e amei forte esse livro, então comecei a ler A Lista sem nenhuma expectativa, e esse livro foi um ponto positivo na balança de Cecelia.



A história gira em torno da vida de Kitty que, salvo algumas exceções, se aproxima muito da nossa realidade (jovem, por volta dos 30, tentando se tornar alguém!), que comete um erro grave, por inexperiência, ambição desmedida e outros fatores, mas esse erro acaba por arruinar a vida de uma terceira pessoa e também a vidinha feliz que ela levava. Em meio a isso tudo, Kitty sofre a dura perda de sua melhor amiga e aconselhadora e é aí que a LISTA entra na história.

O livro em si é muito bom, tem uma leitura suave e que te prende porque você quer descobrir essa Lista em sua totalidade, o motivo de ela existir e os “personagens” dela, e também o que vai acontecer com Kitty e  seus companheiros. Esse é outro ponto forte do livro: Cecelia construiu personagens consistentes que ajudam a tornar a protagonista mais humana e que tem histórias muito interessantes.

Duas coisas me cativaram muito nessa leitura, e que acabei trazendo pra minha vida. A primeira é a percepção de que cada pessoa a nossa volta fez/faz algo de especial em sua vida, mesmo aquela com trajetória mais simples que seja, teve um momento ou vários que são genuinamente especiais, que marcam as suas vidas e de outas pessoas, negativa ou positivamente.

A outra é sobre o perdão e como ele só pode ser liberado/recebido quando existe um amadurecimento verdadeiro, como aconteceu com Kitty que, antes de receber o perdão dos demais, precisava se perdoar.

Enfim, leiam despretensiosamente e divirtam-se muito!




Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





A Linguagem das Flores |Resenha

segunda-feira, 19 de outubro de 2015


Eu não sou a maior fã do mundo de livros de romance, tenho preguiça da vibe novelão de alguns, enfim. Mas, de vez em quando, surge um título desse gênero que me surpreende positivamente, como foi o caso de A Linguagem das Flores, da Vanessa Diffenbaugh

A premissa deste livro é por si só muito interessante: Victoria Jones é uma órfã cheia de traumas e um passado de rejeição e solidão. Tudo isso a quebrou por dentro e a tornou uma jovem arredia, autocentrada e avessa a relacionamentos interpessoais. Suas únicas amigas na vida são as flores, e é por isso que ela acabou aprendendo e desenvolvendo um jeitinho todo especial de se comunicar, em que cada flor representa um sentimento ou atitude específicos, que ela chama de linguagem das flores. E assim foi até sua emancipação, quando ela teve que deixar o orfanato onde passou a maior parte da vida e aprender a se virar sozinha.

Como sobreviver em um mundo onde você não se encaixa e ainda ter que lidar com fantasmas do passado? É a essas perguntas que Victoria precisa desesperadamente encontrar a resposta. A vida vai passando, ela arruma um "bico" de florista e é assim que acaba conhecendo um rapaz tão misterioso quanto ela e que, para sua surpresa, também utiliza a linguagem das flores para se comunicar. Este é o início de um relacionamento que vai mudar a vida de Victoria... o problema é que ela é cabeça-dura e agressiva demais para dar uma chance ao amor. Para saber o que acontece a seguir, não tem jeito, você vai precisar ler o livro. Se eu contar, acaba a graça. ;)

No vídeo abaixo eu compartilho um pouco das minhas impressões de leitura, falo sobre os pontos positivos e negativos do livro e dou uma pincelada mais aprofundada na história. Vale a pena assistir!



É bom demais quando um livro surpreende a gente, né? Eu amo "morder a língua" e acabar amando um livro que comecei a ler sem esperar grandes coisas. Recomendo demais A Linguagem das Flores, tanto para os fãs de romances quanto para as pessoas de coraçãozinho peludo, como eu, que não curtem histórias de amor mas amam histórias bem escritas!

Fica aí a dica de leitura. Quem já leu, conta para mim o que achou. :)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.
 
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