Ah, a Rotina!

terça-feira, 30 de setembro de 2014
Quando a gente envelhece amadurece, passa a criar apego a coisinhas bobas, e a rotina, esta velha conhecida nossa, passa a se tornar mais amiga. Eu não vou negar que sou uma pessoa eternamente entediada e que gosta de mudanças. Mas não abro mão de certas doses de rotina diárias, para me sentir segura e deixar meu coração em paz.

Um destes hábitos que não abandono é comer tapioca na feira, todo domingo. Mesmo quando no sábado anterior eu chego em casa às 6h da manhã. coloco o despertador, porque se eu não der um pulinho na feira, parece que o domingo não está completo. E, veja bem, eu posso fazer tapioca em casa, e posso comprar frutas no supermercado. Mas ir à feira todo santo domingo há dois anos já se tornou um pedacinho da minha semana, tanto é verdade que o feirante me cumprimenta com um: "e ai, Fabi? Beleza?". 

Outro hábito que mantenho, que já quase um TOC, é comer nhoque da fortuna todo dia 29. Se vai me deixar mais rica, eu não sei. Mas como faço isso há anos e nunca fiquei desempregada, continuo com essa pequenina superstição mensal. De mais a mais, sou louca por massas. ♥



Por fim, não abro mão de olhar o mar. O dia não está completo se eu não der "oi" para o mar nem que seja de longe, e é olhando para ele que eu normalmente me inspiro para escrever, ter ideias e criar coisas.

E, sim, eu tenho hábitos de vovó. Não me julgue, sou uma senhorinha disfarçada de moça de 26 anos. ;)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Um bom lugar para ler um livro: Bendito

segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Um dos meus lugares-gordos favoritos para ler um livro e relaxar é o Bendito! O Bendito é uma loja especializada em cookies e brownies que abriu ano passado no Posto 6. Por ventura, eu trabalho lá perto, então o Bendito virou meu oásis particular quando estou muito estressada e precisando da companhia dos meus livros.



Eu amo os cookies de lá, são simplesmente os mais saborosos que já comi, e tem vários sabores! Tem até um "sanduíche" de cookie gigante, recheado, que eu morro de vontade de provar mas me contenho por motivos de: gordice tem limite. Para acompanhar, tem cafés e chocolates amor para toda a vida, e os lanchinhos salgados são bem gostosos também. Super indico a "nuvem" de queijo, que tem todo aquele gostinho de casa da vovó.



A decoração também é toda fofa, tem aquelas letras decorativas formando palavras e mensagens, tem quadrinhos, enfim... é um ambiente bem aconchegante, tanto que muitas vezes eu dispenso as guloseimas, vou lá apenas para ler e tomar café sossegada.



O sucesso foi tanto que abriram outra filial em Copacabana, na Hilário de Gouvêia, mas essa eu ainda não tive oportunidade de conhecer. Pena é que as lojas não abrem aos domingos, seria gostoso passar minhas tardes dominicais ociosas por lá...

Vale a pena a visita caso você more no Rio ou esteja de passagem. :)


Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





O importante é ser você :)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Aquele em que Fabiola fala sobre shows de metal, batons roxos e a importância de ser você mesmo. :)



Às vezes eu curto muito fazer uns vídeos aleatórios, sem roteiro ou pauta definida, só uma bate-papo honesto mesmo. Minha inspiração da vez foi o show da Tarja que aconteceu em setembro aqui no Rio e em outras cidades, os batons roxos que comprei para compor meu look metaleira-fashion-fatal do show e fechei o assunto falando da importância de ser autêntico a seus gostos e ser sempre você, mesmo que seja bizarro.

Acredite se quiser, esta mistura toda deu samba! Para conferir o resultado, é só dar o play logo abaixo. 




Em tempo, já que eu falei no show da Tarja, gostaria imensamente de compartilhar as músicas que mais ouvi durante o mês: Deliverance, Never Enough, Until my Last Breath e Neverlight! Ah, e Ocean Soul, que é tipo um hino da minha vida, tanto que vai virar tatuagem. Não é da Tarja, mas é do Nightwish, então tá valendo. Juro, o som dela é gostoso de se escutar mesmo que você não curta metal.

Me conta nos comentários se você gosta deste tipo de vídeo, assim eu posso gravar mais, no futuro. ;)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Se eu ficar, de Gayle Forman

quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Eu estava super empolgada para ler Se eu Ficar, da Gayle Forman. A premissa de uma garota em coma que precisa decidir se vai viver ou morrer me parecia super interessante! Porém, o livro não foi tudo o que eu esperava e eu vou contar o porquê.



O começo do livro parece promissor. Em um dia de folga devido à nevasca, Mia, seu irmãozinho Teddy, seu pai e sua mãe decidem dar um passeio de carro. No caminho, acabam sofrendo um grave acidente, e somente Mia sobrevive, porém fica em estado gravíssimo. Ela fica em coma e sua alma consegue ver seu corpo, refletir e raciocinar, mas não consegue sentir nada, nem ser vista ou ouvida por ninguém. Toda a história acontece em um dia, e nestas 24 horas cabe à Mia decidir se vale a pena viver sem sua família, ou se é melhor partir de vez.

E é a partir do acidente que a história perde o tom. O livro passa a intercalar momentos do presente com lembranças da Mia. Isso seria um recurso interessantíssimo, mas não funciona e o leitor acaba ficando entediado. Em parte isso se deve à chatice da Mia! Ela é aquela típica personagem adolescente sem-sal, então mesmo durante as passagens mais dramáticas eu não consegui sentir empatia. O fato de o livro ser narrado na primeira pessoa só torna tudo mais problemático, porque a Mia não consegue cativar o leitor com sua narrativa. É meio chato você ficar com raiva de uma personagem que perdeu os pais e quase morreu em um acidente, mas foi exatamente isso que aconteceu em vários momentos do livro!

Eu gravei um vídeo em que compartilho minhas impressões de leitura de Se Eu Ficar. Se você quiser saber mais sobre o livro, é só dar o play abaixo.



É claro que o livro tem pontos altos. Gosto muito da maneira como a autora praticamente transformou a música em uma personagem do livro, fazendo com que todos os capítulos tenham alguma referência musical. A própria Mia, além de tocar violoncelo, vive em uma família de músicos. Fica bem claro que é a música que move o livro e isso eu achei fascinante. Queria ter gostado deste livro porque a ideia geral é boa, mas não rolou.. :/

Agora, a pior parte não é a narrativa chatinha, nem a Mia e seus mimimis. A pior parte são os erros de português. Encontrei vários, mas os que mostro abaixo me chocaram muito, porque são erros primários, que eu realmente não espero encontrar em uma redação de segundo grau, quanto mais em um livro.

Interviu eu acho menos grave, porque "intervir" é um verbo difícil. Mas não deixa de ser um erro bem tenso. 

CONCERTASSE

FUJI com JOTA, BRASIL!!! =O


Poxa, Novo Conceito, assim você me quebra. :/ Achei chato, porque todos os livros que leio da editora têm tradução/revisão impecáveis, muito me surpreende pegar um livro deles com tantos erros assim. Só consigo pensar que foi a pressa de lançar antes de o filme estrear!

Por falar em filme, eu tenho certeza que este é o tipo de história que vai funcionar muito melhor no cinema do que no livro! Não fiquei muito empolgada em assistir à adaptação mas, quando a má impressão passar e eu finalmente assistir, conto o que achei.

Em geral, não achei que Se eu Ficar foi o pior livro que li na minha vida nem nada do tipo, simplesmente não entrei em sintonia com a história nem com a personagem e esperava bem mais. Deve funcionar melhor para adolescentes e quase-adolescentes, mas para mim não rolou. Peninha...

E você, leu Se eu Ficar? Pretende ler? Assistiu ao filme? Me conta!
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Mesmo se Nada Der Certo

terça-feira, 23 de setembro de 2014

"But are we all lost stars trying to light up the dark?"



Eu sou dessas pessoas que curtem uma solidão amiga de vez em quando. Não que eu não goste de estar com outras pessoas e trocar ideias, mas preciso passar um tempo comigo mesma para funcionar direito. E daí que desde a época do colégio eu adquiri o hábito de ir ao cinema sozinha, sobretudo quando a pressão é tanta que meu cérebro precisa de uma válvula de escape para não explodir. Ontem foi um destes dias repletos de nuvenzinhas negras, mas que acabou me rendendo uma grata surpresa: assistir a Mesmo se Nada der Certo no cinema em plena segunda-feira, após o expediente.

O filme com Keira Knightley, Mark Ruffalo e Adam Levine tem uma premissa simples e até um pouco batida: jovem toma um pé na bunda e parte em uma jornada de autodescoberta. A jovem em questão é Gretta, vivida por Keira Knightley, compositora indie que se muda para NY acompanhando o namorado popstar, Dave, e acaba sendo abandonada por ele tão logo a fama sobe à cabeça. Ao conhecer o falido ex-produtor musical Dan, Gretta resolve gravar seu álbum não em um estúdio caro, mas sim pelas ruas da cidade que não dorme. Para isso, conta com a ajuda de vários músicos teoricamente fracassados, mas que acabam se revelando talentos em busca de uma chance.

Enquanto Dan e Gretta trabalham no inusitado projeto, ambos vão trabalhando questões mal-resolvidas de seus relacionamentos pessoais e profissionais, sem que, contudo, o filme se torne dramático ou piegas demais. Ah! Não tem romance meloso, o que já conta um milhão de pontos comigo. 

A história é contada de uma maneira muito interessante, que não deixa a história cair na banalidade. A cena inicial é fragmentada e narrada sob diferentes pontos de vista, e este recurso é ótimo para nos apresentar logo de cara os personagens e seus dramas particulares. 

O ponto mais alto não poderia deixar de ser a trilha sonora. As canções que embalam o filme são gostosas de se escutar e têm letras que se encaixam perfeitamente com as situações retratadas, deixando com que o próprio espectador reflita sobre si mesmo, sua vida, suas experiências. Impossível não se identificar com a sensação de estar sozinho no mundo, de se ver perdido, sem rumo. Eu diria que a música em si é uma das personagens principais deste filme, ao invés de mero pano de fundo. 

Inclusive a questão do "lidar com o próprio fracasso" é um tema recorrente no longa, e eu gostei bastante da maneira como isso é abordado. Ao invés de sugerir que o sucesso é o único fim, o filme nos mostra que nem existe um "fim", pois sempre há caminhos alternativos.  

E eu acho que a mensagem que Mesmo se Nada der Certo deixa é essa: no fim das contas, nem todos nós vamos ser vencedores na vida, ter sucesso, fama, ou dinheiro. Mas podermos nos descobrir, encontrar e aprimorar o que há de melhor em nós. 



Mesmo se Nada der Certo vale com certeza o ingresso e foi uma bela maneira de se finalizar uma segunda-feira cinzenta. 

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





A Vez de Morrer, de Simone Campos

segunda-feira, 22 de setembro de 2014


Dos autores nacionais contemporâneos que ando lendo, provavelmente a mais inovadora é a Simone Campos. Já falei um pouco sobre a autora aqui, e continuo achando que ela não tem medo de experimentar coisas novas quando o assunto é literatura. Seu jeito de escrever é único, e muito envolvente. Particularmente não conheço outros autores que façam o que ela faz com as palavras, personagens e situações.



A Vez de Morrer é daqueles livros impossíveis de se enquadrar em algum gênero literário, simplesmente porque fala sobre muitas coisas e, ao mesmo tempo, sobre nada em especial. O livro trata de escapismo, dessa vontade nossa de cada dia de fugir por aí, de religião evangélica, de rock cristão, de bissexualidade, de homofobia e muito mais.

A história é narrada em terceira pessoa e gira em torno de Izabel, uma jovem designer de personalidade muito peculiar, que vê sua vida e suas prioridades mudarem no momento em que seu avô, dono de um sítio em Araras, falece. Neste momento, a antes tão urbana Izabel passa a se envolver cada vez mais com o velho sítio.

Izabel é uma personagem extremamente interessante, por ser cheia de facetas. Ela é livre, determinada, individualista, impulsiva. É também bissexual, sem pudores quando o assunto é sexo, gosta de experimentar. E é extremamente real, dessas com que o leitor consegue se identificar. Deve ser por isso que eu marquei tantas quotes do livro com post-its durante a leitura!

Izabel soy yo

O bar sempre vai te acolher. #truestory

A vez de morrer


Muitos dos temas abordados em A Vez de Morrer são bastante polêmicos, porém isso é explorado com naturalidade, e não de uma maneira sensacionalista, com o intuito de chocar o leitor. Até as cenas de sexo, que são intensas, estão contextualizadas, não são gratuitas e, muito menos, ofensivas. Acho que é por isso que a mistura inusitada de protestantismo + bissexualidade + fuga deu tão certo!

Eu não consigo fazer uma resenha imparcial deste livro, justamente por ele ser tão diferente de tudo e, ao mesmo tempo, tão gostoso de se ler. Tentei compartilhar algumas das minhas impressões da leitura no vídeo abaixo.


Uma coisa que eu esqueci de falar no vídeo é que, ao acabar de ler, eu fiquei com a nítida impressão de que não aproveitei 100% o que o livro tinha a me oferecer. Até cheguei a anotar algumas passagens que eu jurava que seriam relevantes para o desfecho, mas que não revelaram grande importância, no fim das contas.

Creio que A Vez de Morrer é tão complexo que eu não tive a sagacidade de capturar todas as nuances do livro, e tenho certeza de que em algum momento eu vou acabar mandando um e-mail para a Simone: "então, amiga, senta aqui e vamos conversar sobre o seu livro...". 

De qualquer maneira, é uma leitura que recomendo demais para quem, como eu, tem uma queda por livros que tratem de coisas que poderiam acontecer fora das páginas, e por personagens gente como a gente. Depois que você conhece a escrita da Simone, não consegue mais largar. ;)

E você, já leu algo da autora?
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Faça Acontecer: Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar

quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Faça Acontecer, da Sheryl Sandberg foi um super best-seller nos EUA e eu achei a leitura bastante inspiradora. A Cheryl é a chefe de operações do facebook, uma das mulheres mais influentes do mundo, e tem muito a nos ensinar quando o assunto são mulheres ambiciosas e que almejam chegar a uma posiução de liderança em suas carreiras. Neste livro ela fala sobre mulheres, trabalho e a vontade de liderar, então se você se identificou com isso, com certeza este livro é para você.




Vou começar dizendo que eu não classificaria esse livro como autoajuda, apesar de, sim ele falar muito sobre acreditar no seu potencial, e não na sorte ou ajudinhas externas. Mas este não é o foco, então eu realmente não acho que seja um livro de autoajuda, mas também não é um livro de carreira tradicional, com foco muito no mercado, que eu vejo por aí. É uma mistura de tudo isso, com foco obviamente nas mulheres.

O que eu achei bem interessante é que a Sheryl é o tipo de mulher que você vê nos filmes e acha que é uma super workaholic que só trabalha o dia inteiro e não tem nenhuma vida pessoal, e ela desmistifica isso, fala que tem sim um tempo para ela e para a família, mas que ama muito seu trabalho, então acaba meio que sendo uma fonte de prazer também. Ela cosnegue conciliar esses dois mundos, e ela encoraja as mulheres que queiram fazer o mesmo.

Algo que me fez refletir bastante é que a Sheryl fala que cuidar da casa em tempo integral, criar os filhos etc é um dos trabalhos mais difíceis e deve ser muito respeitado. Apenas ela acha que esta não é a vocação dela, e nem acha que todas as mulheres devem seguir este caminho se não o desejarem.

Ela mostra que não tem razão nenhuma para julgar uma mulher que decida por vontade própria abdicar da carreira para ficar em casa, mas que existe uma alternativa a isso para mulheres como ela, e como eu, que não se entusiasmam muito com tal perspectiva. A gente não precisa se contentar com o posto de dona de casa somente porque acha que nunca vai conseguir chegar a uma posição de liderança e ter um salário bacana. Ela fala para essas mulheres que têm a vontade de galgar posições em suas carreiras, mas que precisam de um empurrãozinho para fazer acontecer.

Um ponto que ela ressalta várias vezes ao longo dos capítulos é a importância de se incentivar as mulheres a fazer suas próprias escolhas ao invés de aceitarem escolhas impostas. Que você não precisa ser uma dona de casa só porque nasceu mulher, se não quiser. Que você pode ser o que bem entender. Porque mesmo hoje há essa cultura de que a mulher tem instinto de dona de casa já de nascença, e isso é incentivado desde cedo. Outro dia mesmo, eu estava em uma loja e em 5 minutos na sessão de brinquedos eu vi mini lavadora de roupas, panelinhas e mini lavadora de louças. Quer dizer, desde pequenas nos fazem acreditar que lugar de mulher é, sim, em casa, fazendo tarefas domésticas.




Um dos pontos que ela levanta no livro é que as mulheres estão cada vez mais interessadas em ingressar no mercado de trabalho e ambicionam cargos cada vez mais importantes. Isso porque, segundo a Sheryl Sandberg, é porque nós temos a vontade inerente de chefiar, mas muitas vezes temos medo, por mil razões. Uma dessas razões é a criação. Desde cedo nós fomos criadas para sermos educadas, falar baixinho e obedecermos, o que não combina nem um pouco com cargos de liderança. Tanto que bossy, em inglês, para homem é legal, mas para uma mulher ser chamada de bossy é pejorativo, porque, afinal, ninguém quer uma mulher mandona. Outras razões são a questão de conciliar a maternidade com o trabalho, o que nem sempre é muito fácil e muitas vezes as mulheres acabam largando o trabalho para cuidar da família.

E nisso ela dá vários toques que fazem muito sentuido mas que não são coisas muito racionais se parar para pensar. Logo no início do livro ela fala de uma coisa que a deixou muito envergonhada. Ela estava dando uma palestra e disse que só iria responder a mais uma pergunta da plateia. Neste instante, todas as mulheres baixaram as mãos, mas todos os homens mantiveram as suas levantadas, e ela acabou respondendo a mais de uma pergunta. Ela só se tocou isso quando uma das mulheres que estavam assistindo a palestra comentou que o maior ensinamento que tinha aprendido aquele dia era “sempre manter a mão levantada”. E ela se deu conta que, se ela, que era mulher, e que vivia na pele todos esses preconceitos, não enxergou isso, imagina seus colegas homens. A partir daí ela passou a tomar mais cuidado com esse tipo de coisa, porque segundo ela as mulheres tendem mais a se colocarem em posições invisíveis e atribuírem seu sucesso à sorte e a bons contatos, enquanto os homens atribuem seu próprio sucesso somente aos próprios esforços.

Isso porque as mulheres não estão habituadas a enxergar seu potencial. Então ela fala que a gente precisa se acostumar a pegar o nosso lugar à mesa, ou seja, trazer as decisões para si, dar opinião, se fazer ouvir, porque é só assim que se evolui.

Uma coisa que eu achei bem interessante é que ela fala que a emancipação e a liderança feminina só vão ser possíveis em um mundo que ela chama de fifty-fifty, ou seja, 50% de homens trabalhando fora e 50% de homens trabalhando dentro de casa e vice-versa obviamente. Inclusive, deixa bem claro que os homens não devem ser menosprezados se decidirem optar por trabalhar em casa e se retirarem do mercado de trabalho quando seus salários são mais baixos que os da esposa, esta é uma opção perfeitamente válida e nobre. Ela dá várias estatísticas que corroboram isso que ela está falando.

Segundo Sheryl, essa é a maneira mais justa, porque enquanto as mulheres tiverem que fazer dupla jornada nada vai mudar. Ela fala que temos que lutar contra esse mito de super-mulheres que dão conta de tudo e ainda por cima de salto alto, porque isso nao tem nada de feminista ao contrário do que alguns pensam. O ideal não é ser uma super heroína que cuida da casa, de si e do trabalho sem tirar um fio de cabelo do lugar, mas sim lutar por um mundo em que as tarefas sejam divididas igualmente. Em tempo, não existe isso de “ah, meu marido é bonzinho, super me ajuda a cuidar das crianças”. Ele não ajuda, porque isso é obrigação dele também.

A parte que mais me fez refletir foi quando ela fala sobre aumento e promoção. Segundo ela, um homem sempre negocia seu salário com o chefe, enquanto a mulher tende a ficar feliz com a quantia oferecida e nem discute, apenas sorri e agradece. Daí ela fala que quando o Mark Zuckerberg fez a proposta, o salário oferecido era ótimo, mas ainda assim ela não aceitou de cara, fez uma contraproposta, morrendo de medo que ele desistisse de contrata-la para sua empresa, que até então estava engatinhando. O que ocorreu é que ele aceitou pagar a ela o salário sugerido. Então, a lição que se tira disso é que precisamos dar valor ao nosso trabalho e não aceitar qualquer migalha, e é algo que eu preciso muito aprender também, então esse foi um dos maiores insights que este livro me deu.

Uma coisa que eu adorei na leitura deste livro é que a Sheryl é obviamente feminista, mas ela não fica levantando bandeiras durante o livro. E por que eu acho isso bom? Porque eu não acho que este seja um livro exatamente sobre feminismo, se você tem interesse no assunto existem muitos outros livros melhores para se aprofundar, mas não é o caso de faça acontecer. Esse livro é focado mesmo em carreira, então não teria propósito algum ela ficar levantando bandeira, ao contrário, talvez até afastasse o público. 

Apesar de muita gente criticar a Sheryl e afirmar que ela traz o pior do mundo dos homens para o das mulheres, que seria esta coisa do work hard, capitalismo selvagem, eu não vi dessa forma. Ela não diz em momento algum que todas as mulheres são obrigadas a trabalharem 24/7 e que este estilo de vida é para todo mundo, ou que todas devem necessariamente almejar a liderança. O que ela diz é que, se você já tiver esse desejo de liderança, que lute por ela.

Como eu falei, achei achei a leitura do livro da Sheryl muito inspiradora e o indico muito para todas as minhas seguidoras, sobretudo aquelas que têm o objetivo de fazer acontecer, seja em qualquer ramo, em qualquer área de atuação. Acredite, vale a pena. ;)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Sing to me, Angel of Music

terça-feira, 16 de setembro de 2014
(Ou: do porquê os anos vão se passar e eu ainda serei apaixonada pelo Metal)



Se você me perguntar qual é a figura feminina que mais me inspira, eu não vou titubear em responder: Tarja Turunen. A ex-vocalista do Nightwish desde sempre foi um modelo para mim, tanto no que diz respeito à atitude, quanto no que diz respeito ao visual. Amo como ela explora sua beleza exótica e cria um estilo próprio. Amo como ela interpreta minhas músicas favoritas de um jeito que toca o coração. E, mais do que tudo, amo como a sua voz vai do lírico ao metal sem a menor dificuldade. E é por isso que, do alto dos meus 26 anos, eu viro adolescente tiete toda vez em que ela toca no Brasil.

É a quarta vez em que assisto a um show dela, sendo três solo e uma ainda no Nightwish. E, pasme, há um intervalo de dez anos entre estas apresentações. Tá aí a foto abaixo que não me deixa mentir (igornaomemate.jpg). 



Mas enfim, digressiono. Fato é que a cada show que tenho o prazer de assistir, sua voz se torna mais poderosa e sua presença de palco aumenta. E é engraçado que, coincidência ou não, todo show da Tarja acaba acontecendo em um momento de turbulências emocionais

No primeiro, o da foto acima, eu estava na fase mais down da minha vida, tomando antidepressivos e tudo a que tinha direito. Lembro que esse show foi a primeira coisa que me deixou feliz em muito tempo! No segundo, minha mãe já estava sofrendo da mesma doença da qual acabaria morrendo apenas um ano depois. No terceiro, eu estava naquela fase crítica de separa-ou-não-separa em meu último relacionamento de verdade. E por fim, no quarto e último show (domingo passado!) eu estava/estou em crise de "estou ficando velha e ainda não me encontrei neste mundo". Mas quando eu estou lá, sou só eu e a música. Eu choro, eu pulo, eu grito a plenos pulmões e tenho a certeza de que tudo vai passar.



Pode parecer meio ridículo mas, inconscientemente, ter a Tarja como inspiração me ajuda a não tropeçar nem desistir das coisas que quero. Se ela pode ser bem-sucedida, simpática, trabalhar com o que ama e ficar mais bonita ano após ano, por que eu não poderia? De certa forma, vê-la como um ideal me ajuda a não desistir dos meus sonhos. :) 

Não é à toa que eu vou tatuar "lonely soul, ocean soul" em algum momento da minha vida. Não é à toa que eu ainda vou querer ir aos shows das minhas bandas favoritas mesmo depois de velha, como esses "tiozinhos do rock" que eu sempre encontro pela noite. A energia da música me dá forças para continuar acreditando. E é por isso que pessoas intensas como eu não podem ser grandes fãs de músicas serenas. 

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Identidade Roubada

quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Identidade Roubada é o livro de estreia de Chevy Stevens, publicado pela Editora Arqueiro, e trata sobre um tema bem árido: o sequestro! O livro é narrado em primeira pessoa por Annie Sullivan, uma corretora de imóveis com uma vida comum e sem grandes problemas, que vê seu mundo girar de cabeça para baixo quando é sequestrada e mantida em cativeiro por um ano.



No livro, os capítulos são alternados entre a narrativa da Annie pós-sequestro, narrando sua história para a terapeuta, e a Annie no cativeiro, sofrendo horrores inimagináveis. O sequestrador, chamado por ela de “Maníaco”, comete abusos terríveis, desde impor horários e rotinas rígidas, até estuprá-la noite após noite. E tudo isso gerou traumas tão grandes que é nítida a diferença de comportamento entre as "duas annies” da história, a personagem vai se tornando amargurada e quebrada aos poucos, e tenta, na terapia, reconstruir sua identidade roubada. E é assim, de maneira fragmentada, que o leitor vai descobrindo o que acontecer.

Eu me senti dentro da história e, por muitos momentos, senti vontade de chorar, senti raiva, senti o desespero da personagem! É ótimo quando um livro nos prende tanto que conseguimos chorar e sofrer junto com a protagonista. Aplausos para a escrita envolvente de Chevy Stevens

O clima de tensão é crescente e, em determinada parte do livro, ocorre um plot twist que deixa a narrativa ainda mais interessante! A história de Annie deixa de ser uma drama para se tornar um suspense policial, daqueles com investigações, perseguições, e impossíveis de se parar de ler! Achei que essa particularidade tornou o livro único, diferindo de outras obras com a mesma temática, como Dias Perfeitos, Misery, e O Colecionador. 

Não vou negar, gostei muito da reviravolta, e o final do livro foi muito surpreendente. Aliás, o livro todo me surpreendeu, porque eu realmente não esperava me envolver tanto com este drama. 

Para quem se interessou e quer saber um pouco mais, eu gravei um vídeo sobre Identidade Roubada, em que falo um pouco mais sobre minha experiência de leitura.




Indico demais este livro e vou ficar de olho em tudo que a autora lançar!
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





A Arte de Mudar de Opinião

quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Eu sempre fui uma pessoa meio teimosa, mas ultimamente ando cultivando a incrível arte de mudar de opinião... e, surpreendentemente, estou gostando disso. Não sei se é a idade, se é a maturidade que o tempo traz ou se é somente essa coisa de ser uma metamorfose. O que sei é que coisas que antes eu amava já não têm a mesma graça, e a recíproca também é verdadeira.



Antigamente eu gostava de comédias românticas, e não gostava de filmes de heróis. Se tivesse que escolher entre um filme tipo "Como se fosse a primeira vez" ou a um filme do Homem-Aranha, sem dúvida iria ao cinema assistir ao primeiro, mesmo já sabendo como a história terminaria. Hoje em dia, tenho amado filmes de heróis, como Guardiões da Galáxia e Capitão América, e morrido de tédio com as comédias românticas, suas ideias machistas e sua previsibilidade. Também costumava gostar dos filmes de Woody Allen, mas das últimas vezes em que fui ao cinema assistir a um filme dele, voltei para casa decepcionada e com o sentimento de que meu tempo poderia ser melhor investido em outras atividades. Os filmes antigos eu ainda amo mas, de uns tempos pra cá, ou ele perdeu a mão, ou eu perdi a paciência. 

No campo das músicas não é diferente. My Heart will go on, que eu amava na época de Titanic (vamos lembrar que isso foi há DEZESSEIS anos, ouch!!), atualmente me dá ânsia de vômito. Ouvi na sala de espera da depiladora e contei os segundos até ser chamada, porque até mesmo ter meus pelos arrancados com cêra quente parecia menos torturante do que escutar Celine Dion se esgoelar na TV. De metal, contudo, eu não enjoei, e acho que não enjoarei jamais, porque toca minha alma além dos meus ouvidos. 

E quando o assunto são roupas e moda as mudanças são ainda mais chocantes. Na faculdade, sete anos atrás, eu só usava jeans e camiseta. Não mostrava os braços, porque eram (são) rechonchudos demais, e eu tinha vergonha. Saia? Nem pensar. Short só com meia-calça, não importa o calor que fizesse.

E aí que outro dia fui provar uma túnica mega antiga e descobri que não rolava mais de usar com legging, porque já era comprida e comportada demais para o meu gosto. Túnica esta que acabou virando vestido, e fica linda com um cintinho marcando a cintura. Porque hoje em dia, mesmo com quilinhos e pelancas a mais, me dou ao direito de mostrar os braços em uma regata quando está muito calor, e de pôr as celulites para passear, exibindo as pernocas nos shortinhos e sainhas mega curtos que me parecem tão mais confortáveis do que um jeans pesado. Crescer traz algumas chatices, como responsabilidades financeiras e linhazinhas de expressão aqui e ali. Mas a clareza de ideias e o bem-estar consigo mesmo não há dinheiro algum que pague.



No fim das contas, a única certeza que tenho na vida é que não tenho certeza de mais nada. Afinal, legal mesmo é poder mudar de ideia sempre que der na telha. ;)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Livros sobre Mulheres Fortes + uma pequena reflexão

terça-feira, 9 de setembro de 2014
E aí que outro dia eu ouvi que muitas empresas evitam contratar mulheres porque elas têm "peculiaridades". Não entendi ao certo se eram peculiaridades hormonais do tipo engravidar e ter cólicas, ou se eram peculiaridades comportamentais no que se refere ao ambiente de trabalho. Seja qual for o caso, achei de uma babaquice tremenda, e de uma cara de pau enorme falar isso na minha cara. Em outras palavras: "você deu sorte porque não sou seu chefe, senão jamais te contrataria".

Quando se tem um blog, tudo é motivo para fazer um post, então cá estou eu para indicar alguns livros protagonizados por mulheres fortes, poderosas e peculiares



Millennium

Esta série já é hours concours aqui no blog e nem tem mais graça eu falar da Lisbeth Salander, mas ó: melhor heroína de todos os tempos, bota os homens no chinelo e é a minha personagem favorita da vida. Falei melhor sobre a série neste vídeo antigo.

Persépolis

Em Persépolis, sua autobiografia em quadrinhos, Marjane Satrapi fala sobre a dificuldade de ser mulher em um Estado repressor, e mostra que, sim, nós podemos ser mais fortes que a opressão e que o sexismo. É muito, muito amor, e eu já fiz resenha do livro aqui. 

Três Mulheres Fortes

Três Mulheres Fortes, de Marie Ndiaye, trata exatamente do que se propõe logo no título: sobre três mulheres de nacionalidades e classes sociais distintas, mas que têm em comum a força intrínseca. Cada qual é forte à sua maneira, e por motivos diversos. As heroínas deste livro não são fortes simplesmente por darem a volta por cima de alguma situação humilhante, nem por serem financeiramente bem-sucedidas e independentes, mas sim por aguentar sozinhas provações terríveis. Eu cheguei a gravar vídeo deste livro, mas acabei não gostando do resultado e deixando para lá :( pretendo resenhar por escrito mais tarde, porque vale a leitura e foge muito do lugar-comum. 

Faça Acontecer

Faça Acontecer, de Sheryl Sandberg, vai na direção contrária de Três Mulheres Fortes. A força de Sheryl está na sua competência e em seu brilhantismo no mundo dos negócios. Chefe de operações do facebook e ex-funcionária do Google, Sheryl é considerada uma das mulheres mais influentes do mundo, e é muito bacana ler o que ela tem a dizer. Faça Acontecer não tem nada de auto-ajuda, como o título pode sugerir. Na verdade, trata-se mais de um livro sobre negócios e sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho. Livro imperdível que eu faço questão de resenhar em vídeo! 

Em tempo, sabe o cara que não contratava mulheres porque elas têm peculiaridades? Pois bem, agora tem várias mulheres trabalhando na equipe com ele. #FlawlessVictory.

Tem mais algum livro protagonizado por mulheres fortes, poderosas e que chutam as bundas dos caras? Então me indica nos comentários que eu certamente adorarei conhecer. ;)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Os Favoritos do mês de agosto \o/

segunda-feira, 8 de setembro de 2014


Estou atrasada mas estou aqui! Este mês tenho muitos favoritos para mostrar, muitas dicas culturais (filmes, músicas, livros e até mangás!) e também uns produtinhos de beleza, que ninguém é de ferro! 

Ok que muita coisa já apareceu naquele post de aleatoriedades, mas tem novidades também, e em vídeo eu consigo mostrar e explicar melhor. Então, se você quiser saber o que roubou meu coraçãozinho em agosto, é só dar o play abaixo. 


Em tempo, já falei sobre os mangás Sailor Moon, e sobre o filme Guardiões da Galáxia aqui no blog, vale a pena conferir os posts também. E fique ligado, que logo, logo eu vou resenhar os livros Man Repeller e Identidade Roubada lá no canal. ;)

E fica aí o pedido: quem tiver sugestões de animes/mangás para me dar, ou então de filmes de heróis que tenham uma história legal, pode deixar a dica nos comentários!
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Lendo Pessoas em lugares improváveis

quarta-feira, 3 de setembro de 2014
(Ou: conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs...)

Conviver com uma mãe portadora de doença crônica fez de mim uma frequentadora assídua de hospitais desde a adolescência. E, se é que existe algo de bom nisso, é poder ter contato com exemplares bem diferentes desta fauna urbana. Hospitais reúnem pessoas de diferentes classes, gêneros e perfis, e é um bom exercício (principalmente para quem tem a comunicação e as relações interpessoais como métier). Havia esquecido disso e relembrei quando acompanhei meu pai no hospital por conta de uma cirurgia, e conheci várias pessoas inusitadas para o bem e para o mal. 

Um dos personagens mais inusitados nas minhas jornadas por hospitais com certeza foi Chester, o flautista. Rapaz encantador, de nome estranho e cabelo espetadinho para o alto, sempre sorridente, que ia de quarto em quarto alegrar os pacientes com sua música. Tocava O Mundo é um Moinho do Cartola, porque sabia que eu e minha mãe gostávamos, e, afinal de contas, porque ainda era cedo, amor, e mal começáramos a conhecer a vida.



Não são só hospitais que têm potencial de agregar gente inusitada em poucos metros quadrados. Elas estão em praticamente todo lugar. Jamais esquecerei do cara que entrou no Croasonho, que tem 500 sabores diferentes de croissants tentadores, e pediu um singelo croissant de queijo com presunto. Provavelmente o mesmo cara que pede sorvete de creme na loja especializada de Gelatos ou feijão com arroz no quilo gourmet.

Tem gente que puxa assuntos aleatórios no metrô. Tem gente que dá dicas de remédios caseiros para os mais diversos males no ônibus. Tem gente capaz de contar toda a sua biografia em uma sentada só, e tem até os fofos e fofas que perguntam o que eu estou lendo no meio da rua.

Por sinal, no mesmo andar em que eu trabalho há uma senhora que é tão louca por livros quanto eu, e pira nas minhas camisetas/ecobags literárias, ou nos livros que eu invariavelmente estou carregando para cima e para baixo. Batemos altos papos sobre romances policiais todas as vezes em que nos encontramos no elevador. Por sinal, ela é fã de James Patterson e Harlan Coben, e vive insistindo que eu preciso conhecer mais deles.

Às vezes eu esqueço o quanto é bom ler as pessoas em circunstâncias inusitadas, ou então é o estresse da vida que me faz esquecer. Seja como for, preciso voltar a exercitar este velho hábito. ♥
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





TAG: Doenças Literárias

terça-feira, 2 de setembro de 2014
Mil anos atrás uma amiga me pediu para responder à tag Doenças Literárias, que visa a relacionar doenças com livros, e cá estou eu! Achei bem divertida a proposta apesar de não ter realmente entendido alguns tópicos (macomassim "período menstrual" agora é doença, Brasil??). De qualquer forma, achei divertido responde e acho que fui feliz nas minhas escolhas de livros para mostrar nesta tag.



Se quiser conferir minhas respostas, é só dar o play abaixo.



Itens da Tag:

1-Diabetes: Sussurros de uma garota apaixonada

2-Catapora: Marcada

3- Influenza A: O Pequeno Príncipe

4- Ciclo Menstrual: Harry Potter e a Pedra Filosofal

5- Insônia: Os Três

6-Amnésia: Melancia

7- Asma: Misery

8- Má Nutrição: O Assassinato de Roger Ackroyd

9- Doença de Viagem: A Vez de Morrer


Você já leu algum dos livros citados no vídeo? Se sim, conta para mim o que você achou. :)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Aleatoriedades de Agosto

segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Pra início de conversa, eu sou a única booktuber que não foi à Bienal. E não me fale na Bienal porque ainda não superei a ideia de que não pude ir por motivos de: trabalhando que nem uma camela. =( Fora este triste fato, agosto foi um mês de descobertas no campo literário, e acho que consegui saí da grande ressaca que me fazia largar os livros pela metade havia um tempinho. Li, comprei e troquei coisas legais e tenho várias coisas bacanas para compartilhar.



Acho que a maior novidade do mês foi que eu comecei a ler mangá. Já falei sobre meu amorzinho sobre os mangás de Sailor Moon aqui, e continuo lendo. Prometi a mim mesma que não iria começar a ler nenhum outro mangá antes de terminar Sailor Moon, já que eu tenho essa tendência a colecionar coisas e demorar eras para ler. Mas digo logo que já estou muito de olho em Another e em Solanin. Aguardem cenas dos próximos capítulos.



Comprei dois livros apenas, mas em minha defesa foram compras excelentes. O primeiro foi o kit de A Vida do Livreiro AJ Fikry + ecobag. Este kit é lindo, e valeu muito a pena, porque saiu mais barato do que comprar apenas o livro em lojas físicas. A louca das ecobags aqui ficou super feliz. Comprei na Saraiva, e pretendo ler muito em breve. Alguém já leu?




Comprei também o lindíssimo Star Wars - A Trilogia, em edição especial de colecionador. Babei neste livro desde o lançamento, e assim que entrou em promoção eu comprei. Tenho certeza que não lerei este livro tão cedo, mas a edição é lindíssima e eu realmente precisava ter na estante.





Depois de muito tempo eu voltei a fazer troquinhas no Skoob e foi tão legal! Agora tenho na minha coleção Insaciável e Mordida, da Meg Cabot, e Para Sempre, que deu origem a uma comedinha romântica que eu nunca vi mas parece fofa. Me segue por lá, vai que a gente combina uma troca dia desses. ;)



Li também Man Repeller da Leandra Medine, autora do blog de mesmo nome, e me surpreendi com a leitura. Jamais escolheria este livro para ler mas, como chegou às minhas mãos, peguei despretensiosamente e curti bastante! É uma leitura leve e bem-humorada, e vários insights sobre autoestima, amor próprio e usar o que nos faz sentir bem ao invés de nos vestir para agradar aos outros. Achei muito legal e vou gravar vídeo em breve.

Fiz umas comprinhas nerds em agosto que me deixaram bem feliz também. Adquiri duas camisetas da Vandal: uma com estampa Harry Potter meets Adventure Time, e outra com uma frase sensacional: All Books are Girl Books. Porque afinal, não existe "livro de menina" x "livro de menino", é tudo livro e todos me deixam feliz. Agora quero muito comprar essa camiseta da Princesa Peach reclamando de machismo porque é a minha cara. :D



Comprei também uma camiseta de My Little Pony na Studio Geek, por motivos de: amor. Desculpa, sociedade, mas eu tenho 26 anos e uso uma camiseta fofa de pôneis, porque sou dessas. E ela é muito confortável, e nerd, e linda. Grita meu nominho em caps-lock.

E outra coisa fofa-nerd-pouco-adequada-a-minha-idade foi o chaveirinho da Peppa que comprei na Feira de São Cristóvão. Ele faz oink, minha gente, como lidar? Eu não sei você, mas estou amando a modinha da Peppa porque agora ficou muito mais fácil encontrar coisas fofas de porcos por aí. 



Por fim, a melhor coisa que aconteceu em agosto foi eu ter finalmente encontrado a Paçoquita Cremosa aqui no Rio! Foi muita peregrinação e espera, mas valeu a pena, porque é vida! Não sou fã de manteiga de amendoim, porque acho oleosa demais, mas esta tem gosto de paçoca, amo paçoca e sou capaz de acabar com este potinho em um dia. Desnecessário dizer que ganhei uns bons quilos desde que provei esta paçoquita pela primeira vez. Mas valeram a pena. ♥


Ufa! Estas foram as minhas aleatoriedades de agosto. Espero que setembro me traga outras surpresas interessantes. :)

E você, tem o que de bom para me contar?
Fabiola Paschoal
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