Cocota Nerd Lê: Suicidas, de Raphael Montes

segunda-feira, 31 de março de 2014
Eu adoro literatura policial, e acho que o gênero é meio marginalizado entre os críticos literários. Então, fiquei mega feliz quando soube que um autor nacional, carioca, gente como a gente, estava bombando horrores, sendo aclamado pela crítica e tendo sucesso internacional. Por tudo isso, decidi ler Suicidas, de Raphael Montes.



Já tinha ouvi falar sobre este livro há muuuuito tempo, em um evento literário em que o autor estava presente. Já naquela época as pessoas que haviam lido Suicidas elogiavam bastante mas eu, tolinha, não dei bola e levei quase um ano para me render ao livro de Montes. E tudo o que posso dizer é: POR QUE eu demorei tanto? O livro é amor demais! 

A sinopse de Suicidas já é instigante por si só. Trata-se da história de nove jovens do Rio de Janeiro que resolvem participar de uma Roleta Russa. Aparentemente, nenhum deles tinha motivos reais para se suicidar, e o livro aborda as semanas anteriores à Roleta Russa e os acontecimentos na vida dos suicidas neste período, para que o leitor possa entender um pouco mais sobre as suas motivações para o suicídio.

Amo a maneira como Raphael Montes conta a sua história! Cada capítulo é narrado de uma forma, alternando entre fragmentos do diário de um dos suicidas, que era aspirante a escritor, trechos do livro que o mesmo estava escrevendo em tempo real, enquanto a Roleta Russa acontecia, e uma transcrição do áudio de uma entrevista coletiva entre as mães dos jovens e a delegada responsável pelo caso. Esta narrativa por etapas se completa, e faz com o que leitor construa a história em sua cabeça, juntando os fragmentos para entender o que acontecer. Achei genial! 

O final do livro dispensa comentários, foi uma jogada de Mestre e deixou o livro ainda mais espetacular. Com as duas palavrinhas que fecham Suicidas, Raphael carimbou sua carteirinha de escritor brilhante. Recomendo demais, demais, demais, e morro de orgulho de ver um livro tão bom escrito por um autor nacional!

Eu fiz um vídeo somente sobre o livro, e dá para notar a minha empolgação! Corri para gravar assim que acabei de ler, porque queria muito falar sobre cada detalhezinho da história. Assista para saber mais:



Aviso logo que já comprei Dias Perfeitos, o novo romance policial de Raphael Montes, e logo farei resenha também. Aparentemente tenho um novo escritor nacional favorito. \o/

Compre o livro online: 




Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





#NãoMereçoSerEstuprada

domingo, 30 de março de 2014


Nessa semana saiu uma notícia assustadora: segundo pesquisa do Ipea, 65% dos brasileiros afirmam que as mulheres têm responsabilidade sobre o estupro caso use "roupas provocantes" ou "não se comportem". Em outras palavras, mulher que não é ~certinha~ e não sabe se comportar merece ser estuprada. Isso para mim não é novidade alguma, porque basta ler um pouco sobre feminismo e ver as notícias escabrosas sobre estupros, agressões e outros crimes de caráter sexista que saem todos os dias para saber que isto é uma triste realidade. Porém, é muito importante uma pesquisa como essa, porque traz à tona o problema para o grande público. 

É revoltante, que em 2014 a gente tenha que ensinar as pessoas que isso aí está muito errado, que é apologia ao estupro, que é crime. E depois as pessoas vêm me dizer que não, não existe cultura do estupro. Aham, Cláudia. Esta pesquisa só joga na nossa cara um fato que a gente já sabia há muito tempo: temos que caçar as bruxas, tacar pedras na Geni, ofender as piriguetes. Elas não prestam, porque são mulheres, logo, são seres inferiores e, logo, só têm o direito de permanecerem caladas. 

Em protesto, foi criado o movimento #NãoMereçoSerEstuprada, para que as mulheres possam soltar a voz sobre o assunto e mostrar que, seja de burka, seja pelada, nenhuma mulher merece ser estuprada. Eu fiz o meu em vídeo, porque acredito ser a minha mídia mais forte, e foi a melhor forma que eu encontrei de expressar a minha opinião. 

Assista, compartilhe, dê sua opinião.


Como os trollzinhos machistas de plantão já foram me "acusar" nos comentários do vídeo (devidamente deletados, porque não sou obrigada a argumentar com essa gente), gostaria de reiterar que não tem diferença se eu estiver vestida dos pés à cabeça ou se estiver de roupa curta no número de obscenidades que ouço na rua. Já ouvi desde "gostosa" até ~chupo toda~ usando calça, roupas largas ou qualquer outro tipo de vestimenta comportada, então posso afirmar que mostrar o corpo não é a causa disso

Eu quero, e mereço, ter o direito de usar a roupa que eu quiser, me comportar da maneira como me convém, sem que isso sirva de desculpa para ofensas, agressões, estupros, cantadas. O seu direito de expressão termina quando começa o meu direito de andar na rua sem ser incomodada, sem que meu corpo vire alvo de comentários ou seja encarado como área de acesso livre. Não é uma questão de liberdade de poder dizer o que pensa, e sim uma questão de direitos humanos. Você pode me achar gostosa, ter vontade de me comer, me achar uma princesa. Mas, por favor, guarde sua opinião para si mesmo caso eu não tenha pedido para ouvir. 

Concorda comigo? Gostou do vídeo? Então compartilhe, ajude a subir a hashtag nas redes sociais, vamos lutar por um mundo com menos babacas! 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Meus acessórios literários

sexta-feira, 28 de março de 2014
Eu já falei aqui que amo camisetas divertidas e acessórios diferentes, não é? Nunca fui de me vestir basiquinha e curto muito poder expressar um pouco da minha personalidade através do meu look. 



E aí que, bookworm que sou, tenho uma pequenina coleção de camisetas e acessórios com temas literários. Já até fiz um post sobre isso aqui no blog mas, como andou chegando bastante coisa nova, resolvi fazer um vídeo mostrando os itens literários que moram no meu guarda-roupa. Achei que ficou bem divertido!

Quer ver minhas camisetas e outras fofurinhas que têm a ver com livros? Então dá o play!



Lojas online mencionadas no vídeo:


O anel de oclinhos de Harry Potter veio do Ebay, e é bem fácil de achar. Não lembro o seller, mas busque por Harry Potter Ring que você com certeza acha. É um dos anéis que mais uso no momento, é tão nerd, e tão eu! ♡ 




Espero que você tenha gostado do vídeo e que minhas dicas de lojas legais para se comprar acessórios literários sejam úteis. ;)


Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





A incrível arte de Javier Pérez (Cinta Scotch)

quinta-feira, 27 de março de 2014
Uma das qualidades que mais admiro em uma pessoa é a criatividade e, ouso dizer, acredito que pensar criativamente é uma habilidade mais louvável do que a inteligência, por isso sempre fico feliz de conhecer pessoas e ideias criativas. Dia desses conheci o trabalho de um artista sensacional que cria imagens inacreditáveis misturando elementos cotidianos com desenhos. Trata-se de Javier Pérez, um ilustrador equatoriano que esbanja criatividade. Achei sensacional e vim falar um pouco dele por aqui.

Acho que o grande trunfo de Javier, aka Cinta Scotch, é a simplicidade de suas obras. Suas ilustrações não são nada rebuscadas, ou difíceis de produzir mas, ao mesmo tempo, trazem aquela sensação de "como assim ninguém havia pensado nisso antes??". Acho que assim são as ideias mais interessantes: simples e intrigantes, não é?

Neste caso, acho que imagens valem muito mais do que palavras e, portanto, vou deixar que seu trabalho fale por mim.


















Para ver mais imagens, visite o site de Javier Pérez e siga-o no instagram

Javier tem uma mensagem interessante e inspiradora para nos passar, também. "Crie todos os dias. Não importa as suas habilidades." E aí, deu vontade de tentar?

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Para dormir com barulhinho de chuva

terça-feira, 25 de março de 2014
Quem não ama dormir com o som da chuva ao fundo? Para mim, é como se fosse canção de ninar, me dá uma paz...



Pois saiba que a tecnologia nos permite dormir embalados por barulhinho de chuva mesmo quando não está chovendo, com aplicativos para o celular que simulam os sons da chuva. Eu testei o Rain Sounds para Android e adorei. Dá para escolher o tipo de chuva que se quer ouvir, de temporais até chuva fina através da janela, e também para definir a duração da chuva imaginária por meio de um timer. Eu geralmente programo o app para funcionar por uma meia hora, porque em condições normais sem insônia é tempo mais do que suficiente para eu pegar no sono e dormir como um bebê, embalado por uma chuvinha suave. O aplicativo Rain Sounds pode ser baixado gratuitamente na Play Store.



Pelo que eu saiba não tem versão para iPhone, mas não tema, porque há outros aplicativos disponíveis para iOS que fazem exatamente a mesma coisa, como o Rain, Rain Sleep Sounds e o Sleep Pillow

Aproveitando a pauta de sons relaxantes de chuva, o site Rainy Mood eu uso bastante para trabalhar, e acho essencial para os dias em que preciso relaxar e focar nas minhas tarefas. Lembro que quando apresentei este site para minha equipe foi uma sensação na agência onde eu trabalhava so long time ago. O bacana é que ele dá um pano de fundo chuvoso para qualquer música que você esteja ouvindo, com as calminhas fica tão incrível e relaxante que eu logo esqueço o stress do dia-a-dia.

Fica a dica: escutar Glitter in the Air da Pink com o Rainy Mood aberto é a perfeição! Gosto da música ao natural, mas ela fica infinitamente mais bonita e sublime com a chuvinha ao fundo. Duvida? Então,  abra o Rainy Mood em outra aba, dê o play na música e tire a prova!


Também existe o aplicativo Rainy Mood para iPhone e Android, que promete acrescentar o som de chuva às suas músicas da playlist, mas como ele é pago e eu sou mão de vaca, ainda não testei para ver como funciona.

E você, tem outra dica de aplicativo legal para relaxar? Conta para mim nos comentários!
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Opinião: Resenhas Negativas sobre livros em blogs e canais

segunda-feira, 24 de março de 2014
É bem comum pessoas deixarem comentário lá no meu canal falando que leram tal livro porque eu indiquei, e eu mesma já me empolguei com vários livros depois de assistir aos vídeos da concorrência dos coleguinhas. Mas será que o contrário também é válido? Será que opiniões negativas sobre livros em canais e blogs literários podem influenciar as pessoas a desistirem de ler? Foi esta a discussão proposta pela Tatiana do Tiny Little Things e que eu achei bem interessante.



Eu sou uma pessoa polêmica, não tenho medo nenhum de dar minha opinião doa a quem doer (ok, às vezes eu exagero). É assim na vida real, e é assim na internet. Não à toa fiz em 2012 uma série de vídeos chamada "Livros que todo mundo ama menos eu", em que dizia o que eu penso de verdade sobre vários livros e autores queridinhos da galera. E foi aí que eu descobri algo muito bizarro: as pessoas não sabem lidar com opiniões divergentes, e encaram as críticas feitas a coisas que amam como ofensas pessoais.

Quando eu era adolescente aficionada por heavy metal, eu achava que só esse estilo musical prestava, e que todas as outras pessoas do mundo tinham mau gosto. Felizmente esta prepotência ficou no passado, mas fazer vídeos na internet me fez pensar que, para muita gente, o ensino médio nunca acaba, e opiniões contrárias são encaradas como críticas ao gosto da pessoa, e não como simplesmente questões de opinião pessoal.

É bem cansativo ter que explicar que não, o fato de eu não gostar de algo que você ama muito não impede que sejamos amigos toda vez em que critico algum livro ou autor em algum vídeo. Principalmente se for um escritor nacional. Ou o Gabriel Garcia-Marquez. Ou qualquer "Vaca Sagrada" considerada pela opinião pública como acima do bem e do mal. Bom, sinto muito, my dear, mas eu não gosto de unanimidades. 

Enfim, fiz um vídeo tagarelando horrores sobre este assunto e realmente sugiro que você assista, porque a discussão foi bem proveitosa. 


(Aproveita que já está por aqui e se inscreva em meu canal! :D)

E fica aí a pergunta: Você já deixou de ler algum livro porque viu uma opinião negativa na internet? Até que ponto as resenhas literárias influenciam suas escolhas? Conta para mim nos comentários!
Fabiola Paschoal
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Cocota Nerd Lê: Vida de Gato, de Clara Averbuck

sexta-feira, 21 de março de 2014
Eu não sei com você, mas comigo sempre rola de muita gente indicar determinado autor e eu sempre adiar a leitura por um motivo ou outro e, quando finalmente leio, fico me perguntando por que raios demorei tanto para conhecer tal preciosidade. Foi exatamente o que aconteceu com a Clara Averbuck! Desde sempre me indicam os livros da autora, que são viscerais, sinceros e fortes, como eu gosto, mas eu nunca tinha lido até ter a oportunidade de saborear Vida de Gato. Eu costumo gostar muito dos textos da Clara, seja em seu próprio blog, seja no Feminismo pra que. Nem sempre concordo com ela mas, em geral, acho que sabe argumentar e vender seu ponto de vista. Tudo isso para dizer que: Como nunca tinha lido um livro dela antes?? :O



Vida de Gato não é um livro para quem aprecia plots bem definidos, textos estruturados com introdução, desenvolvimento, clímax e desfecho. Isso porque o livro não tem uma história específica, e sim uma narrativa contínua sobre os pensamentos, sentimentos e dramas de Camila, a personagem principal que brilha justamente por não ser a mocinha perfeita que tanto vemos em outros livros. O livro é sobre ela, em primeira pessoa, e a narrativa é tão sensível e intensa que o leitor consegue sentir na pele a dor da personagem ao ser despejada, perder o amor de sua vida, sofrer sem dinheiro porque sobram contas e faltam freelas, entre outros dos muitos problemas da vida turbulenta de Camila. 

A metáfora com gatos funciona muito bem porque, tal como os felinos, Camila é livre, independente, só faz aquilo que tem vontade e vive de acordo com suas próprias regras, mas também precisa de carinho e atenção de vez em quando. Ela nos lembra disso em vários momentos da narrativa, que é repleta de referências aos animais, com suas múltiplas vidas e suas peculiaridades.



E a narrativa de Clara Averbuck traz tantas verdades e quotes inspiradas que eu marquei o livro quase todo, porque simplesmente não queria deixar que tantas citações que amei e com que me identifiquei horrores se perdessem. Literalmente devorei Vida de Gato, li as quase cem páginas em pouco mais de duas horas em uma madrugada insone e preguiçosa. No vídeo eu falo melhor sobre minhas impressões, e por que eu amei tanto o livro.



O próximo que lerei da Clara vai ser Máquina de Pinball. Alguém tem outro livro da autora para me indicar? ;)
Fabiola Paschoal
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Quem lê é mais inteligente?

quarta-feira, 19 de março de 2014


Há algum tempo eu fiz um vídeo lá no canal propondo a seguinte questão: será que quem lê é necessariamente mais inteligente, ou uma coisa não tem nada a ver com a outra? Minha resposta provavelmente vai surpreender você, mas eu não acho que leitura e inteligência estejam intimamente relacionadas. Conheço pessoas super espertas e interessantes que quase não lêem e, em contrapartida, minha timeline no facebook me prova todos os dias que o que não faltam são idiotas letrados, gente ignorante que engole livro atrás de livro, mas é incapaz de absorver as informações que eles passam e tirar algum proveito delas. 

Eu resolvi gravar o vídeo por causa de uma pessoa específica. Não, não é nenhuma coleguinha de YouTube, antes que alguém queira causar discórdia. É alguém que conheci em um evento e que me fez ter certeza de que o fato de ler mais de cem livros em um ano não é garantia de que a pessoa é inteligente, tem opiniões relevantes ou que é uma pessoa interessante de se conviver. Pelo contrário, quem lê e não reflete sobre aquilo que leu e nem tem a capacidade de aceitar opiniões divergentes e as liberdades individuais, é ainda mais ignorante que aqueles que não lêem nada. 

Enfim, dei minhas opinião no vídeo e como a repercussão foi bastante positiva no canal, resolvi trazer a discussão para o blog, porque quero saber a sua opinião: afinal, você acha que quem lê é mais inteligente? Assista e tire suas próprias conclusões:


(aproveite e se inscreva no meu canal para saber das novidades em primeira mão!) 


E fica aí a dica, sobretudo se você é formador de opinião: não ceda à tentação de se achar melhor do que as outras pessoas só porque você lê, e jamais tente passar por cima das opiniões alheias com base em arrogância e ideias pré-concebidas. Achar que tudo na vida é preto ou branco e ignorar as nuances e as diferenças de pensamento é exatamente o oposto de inteligência. 

Fabiola Paschoal
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Cocota Nerd Lê: Fluam, minhas Lágrimas, disse o Policial

terça-feira, 18 de março de 2014
Antes de eu fechar parceria com a Editora Aleph, minha experiência com literatura de ficção científica se limitava aos livros de Isaac Asimov, que eu li há muito tempo e gostei, mas que não me motivaram a sair correndo atrás de outros títulos do gênero. Por isso, quando chegou aqui em casa o Fluam, minhas lágrimas, disse o policial, de Philip K Dick, me entusiasmei com a oportunidade de voltar a me aventurar na ficção científica, e digo logo que amei! Nunca havia lido nada do autor e comecei com o pé direito, porque este livro de sinopse intrigante e e nome curioso me surpreendeu demais. 



Fluam, minhas lágrimas... conta a história de Jason Taverner, uma verdadeira celebridade do show business. Jason tem milhares de fãs, é conhecido por todos e acha que o mundo gira ao redor de seu próprio umbigo, até acontecer algo muito estranho com ele. Certo dia, Jason acorda sozinho em um quarto de hotel vagabundo, sem nenhum documento. 

Ao procurar seus amigos, logo descobre que ninguém parece se lembrar dele. Para piorar, descobre também que não há registro algum de sua pessoa, como se ele jamais tivesse existido. Tudo isto em uma sociedade repressora e controladora, que observa passo a passo de todos os indivíduos e pune severamente quem assume identidade falsa ou anda por aí sem identificação. Ou seja, caos!

A partir daí, a luta de Jason Taverner deixa de ser para voltar a ser um apresentador mundialmente famoso, e sim para se manter a salvo e descobrir o que aconteceu com ele. Seria vingança de alguma fã louca ou desafeto? Seria punição por alguma coisa? Seria simplesmente um sinal de loucura? Eu não vou contar, mas garanto que o final é mega surpreendente!

Como é bem comum em livros de ficção científica, há vários temas que convergem para nossa sociedade atual, permitindo muitos questionamentos. Alguns dos temas levantados por Philip K Dick em seu livro são as relações incestuosas, o abuso de drogas recreativas, os enormes riscos da manipulação genética entre outros. Além disso, também há uma forte crítica aos governos repressores e ao controle dos cidadãos.

Eu gostei demais da narrativa de Philip K Dick, da criatividade da sinopse e, sobretudo, do final do livro, que superou todas as minhas expectativas e beira a genialidade, na minha opinião. Recomendadíssimo para os fãs de ficção científica e também para quem deseja começar a ler bons livros do gênero.

Caso queira saber um pouco mais sobre o livro e descobrir minhas impressões de leitura, fiz um vídeo sobre Fluam, minhas lágrimas, disse o policial


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Fabiola Paschoal
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Cocota Nerd Lê: Enfeitiçadas

segunda-feira, 17 de março de 2014
Quando eu solicitei à Editora Arqueiro o livro Enfeitiçadasprimeiro volume da trilogia As Crônicas das Irmãs Bruxas, eu confesso que o fiz porque achei a capa lindíssima e porque gosto de histórias sobre fantasia, magia e coisas do tipo. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir logo nas primeiras páginas que o livro é muito mais do que uma simples história sobre bruxas, é um verdadeiro "manifesto girl power para jovens adultas"! Sério, fiquei enlouquecida e devorei o livro.  =O



Cate, Maura e Tess são três bruxinhas órfãs que herdaram da mãe os poderes mágicos, mas ninguém da cidade, nem mesmo seu pai, sabe disso. Elas tentam a todo custo esconder este segredo, porque a sociedade em que vivem, com todo o conservadorismo e o fanatismo religioso do fim do Século XIX, demoniza as bruxas. Então, as três irmãs assistem todos os dias a prisões de mulheres e meninas sob acusação de bruxaria e vivem com medo de serem descobertas. O mais irônico de tudo é que poucas destas acusadas realmente são bruxas. Na verdade, a maioria é presa por ser liberal demais, não ter medo de dar opinião e de questionar o status quo. Basicamente, são presas por serem mulheres e não ficarem em seus lugares. 

As três protagonistas não têm nada de mocinhas indefesas e sem opinião própria, porém todo cuidado é pouco na hora de camuflar seus segredos. Por isso, elas acabam se camuflando na Alta Sociedade e fingindo ser moças decentes e bem-comportadas. Mas quando Cate descobre que uma antiga profecia (#HarryPotterFeelings) fala sobre três irmãs com poderes mágicos capazes de libertar as mulheres da dominação a e as tornarem livres, logo percebe que, se forem elas as três escolhidas, precisarão tomar decisões importantes e fazer certos sacrifícios em prol de um bem maior.

E nesse meio tempo elas vivem dramas pessoais: Será que devem entrar para o convento para escapar de casamentos arranjados? Como fazer com que as pessoas enxeridas da cidade não desconfiem de que elas possuem poderes mágicos? O que o diário de sua mãe poderia revelar sobre a profecia? A forma como Jessica Spotswood conta a história é instigante e eu simplesmente não conseguia parar de ler! 

Achei muito bacana o fato de a autora a todo instante nos lembrar da opressão que existe mas, ao mesmo tempo, dar munição para lutar contra ela. Em vários momentos as personagens comentam sobre os horrores vividos pelas mulheres e a injustiça de os homens quase nunca serem acusados de nada, não importa quantos crimes cometam. O mais legal é que, como se trata de uma trilogia, imagino que este assunto ainda será amplamente discutido nos próximos volumes, e estou curiosíssima para saber o que vem por aí.

Não vou mentir. Eu realmente achei a sinopse muito bacana, e a narrativa de Jessica Spotswood é mega envolvente, tanto que eu li este livro muito²² rápido, porque queria muito saber o que iria acontecer com as três irmãs bruxas.. Mas o maior mérito de enfeitiçadas não é nem a história, e sim o fato de plantar a sementinha na cabeça das meninas, trazendo a mensagem implícita de que "hey, você pode ser quem você quiser e lutar por seus direitos, não é certo nem justo que a objetifiquem e inferiorizem"

Agora, prepare-se para o choque: o livro não tem final! A pergunta central da história fica em aberto e provavelmente só será respondida no próximo livro da série. Estou super ansiosa pra saber o que o destino reserva às irmãs bruxas e contando os dias para poder ler Amaldiçoadas

Recomendo muito, especialmente para as meninas mais jovens. Acho que Enfeitiçadas pode ser um livro bem inspirador, além de ser um romance fantástico bem escrito e muito gostoso de se ler. ;)

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Fabiola Paschoal
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Cocota Nerd Lê: Ratos, de Gordon Reece

sexta-feira, 14 de março de 2014
Não é raro usar metáforas de animais para classificar as pessoas. Por exemplo, pessoas muito experientes são freqüentemente descritas como "dinossauros", pessoas fortes são comparadas a touros, gente com facilidade para se adaptar a adversidades e "ressurgir" das cinzas são conhecidas como fênixes (que, na verdade, nem existe, mas who cares?) e, neste contexto, Ratos seriam pessoas covardes, que se escondem na primeira dificuldade e são incapazes de lutar pelos seus objetivos. E são exatamente assim as personagens principais de Ratos, de Gordon Reece, publicado pela Intrínseca.



Shelley e sua mãe são ratos. Têm vergonha de tudo, medo de emitir opiniões, se submetem a coisas horríveis porque não cogitam perseguir seus interesses e confrontar outras pessoas, e são praticamente invisíveis na sociedade. Basicamente, o tipo de pessoa que eu desprezo na vida real e abomino na literatura #BichaMá. Enfim, elas convivem relativamente bem com isso e vivem suas vidinhas de roedores, até que uma série de acontecimentos acaba virando tudo de pernas para o ar.

Primeiro, Shelley começa a sofrer bullying no colégio, por ser quieta, gordinha, “desleixada” e boazinha demais. E note que não estou falando de apelidos maldosos ou coisas do tipo. É bullying com B maiúsculo, pesado, daqueles que deixam seqüelas. Qualquer pessoa normal tomaria providências, avisaria ao colégio, se queixaria com os pais. Mas Shelley não era uma pessoa normal, e sim um rato, então simplesmente agüentou tudo caladinha. Como desgraça nunca vem sozinha, nesse meio tempo os pais de Shelley se separaram, o pai abandonou ambas sem dinheiro nenhum, começou a desprezar a filha e elas começaram a passar por muitas dificuldades. 

Acha que não pode ficar pior? Pois bem, certo dia Shelley sofre um atentado no colégio que quase a mata, e obviamente a traumatiza para o resto da vida. É somente neste momento que sua mãe descobre sobre o bullying, a retira da escola e ambas se mudam para uma casinha longe da cidade, onde podem viver felizes, longe da sociedade, em uma espécie de conto de fada particular. Até que uma tragédia inesperada acontece e muda a vida de Shelley e sua mãe para sempre! E aí não posso contar mais nada, porque a graça é se surpreender a cada página virada!

Sério, eu devorei este livro! Lia no trânsito infernal da Barra da Tijuca quando trabalhava por lá e rezava para pegar engarrafamento, porque simplesmente precisava saber o final logo! E digo logo que gostei muito do desfecho, não imaginava o grand finale que iria ocorrer e fiquei muito satisfeita com a evolução das personagens ao longo da narrativa. 

Preciso falar que as duas personagens principais me irritaram horrores porque, como comentei no início do post, eu não tenho o menor apreço por gente fraca, covarde, que não vai à luta, então no início do livro eu tinha vontade de socar as duas a cada cinco linhas! Mas, conforme a história vai sofrendo revoluções, as suas personalidades acabam se modificando, e eu achei muito interessante a reação das personagens perante o drama que se instalou em suas vidas. Nunca é tarde para reagir, né?

Achei muito criativa a maneira como Gordon Reece utiliza a metáfora dos ratos ao longo de todo o texto para descrever suas personagens, fazendo com que o título e a linda capa façam ainda mais sentido. Gostei muito do estilo do autor e certamente ficarei de olho em suas obras daqui para frente. Outra coisa que amei foi o fato de o livro trazer à tona os perigos do bullying que, apesar de às vezes ser encarado com leviandade, é algo cruel e muitas vezes tem consequências irreparáveis. Indico muito Ratos para quem gosta de histórias despretensiosas, com muito mistério, e de leitura rápida e fácil. 

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Fabiola Paschoal
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Cocota Nerd Lê: Bela Maldade

quinta-feira, 13 de março de 2014
Existem livros que você compra porque achou a capa bonita, ou o título instigante, e se decepciona. E existem livros que você compra somente pela capa, sem a menor vergonha, e se surpreende no final da leitura. Assim é Bela Maldade, de Rebecca James, publicado por aqui pela Intrínseca.



O plot não é nada muito grandioso, a princípio. É aquela velha história de amigas que acabam se tornando inimigas por conta de ciúmes, inveja, egoísmo e, eu diria, até um pouquinho de loucura. Porém, a narrativa é bem surpreendente e vai ganhando força conforme a leitura segue seu curso. Fora que a escrita da Rebecca James é muito gostosa, o leitor realmente sente vontade de ler mais um pouquinho, para chegar logo ao final e saber a solução dos mistérios apresentados.

A personagem principal é Katherine, uma jovem cheia de mistérios e que sofreu tanto na vida que se viu obrigada a mudar de identidade e recomeçar uma nova vida para fugir dos seus velhos fantasmas. Nesta nova vida ela acaba conhecendo Alice, a garota mais popular do colégio, e ficando muito amiga dela, e se sente aliviada em voltar a confiar em alguém... até que descobre que Alice não é tão boazinha e dócil quanto tenta parecer. Quando tenta se afastar, porém, tem uma terrível surpresa: além de ser egoísta e até mesmo um tanto cruel, Alice também não gosta nem um pouco de que a deixem de lado, e está disposta a se vingar de quem a rejeita!



O foco é na vida da Katherine e os capítulos alternam entre os acontecimentos que se deram em sua trágica adolescência e que mudaram sua vida, a época da amizade turbulenta com Alice e, finalmente, o que acontece depois de tudo isso, mostrando uma Katherine adulta e ainda mais devastada após a vingança de sua ex-melhor-amiga.

Como a história é contada em suaves parcelas, o leitor é obrigado a construir a narrativa em sua cabeça até chegar À grande revelação. E, olha, devo dizer que o momento em que a tragédia suprema da vida da personagem finalmente é revelada, dá pontadinhas no coração, porque é algo bem pesado e traumático. Passei um tempinho me lamentando pela Katherine depois que finalizei a leitura, porque sou dessas que se apega aos personagens. 

E chega, porque se contar mais eu dou Spoiler! No vídeo eu conto em mais detalhes a história de Bela Maldade e compartilho minhas impressões de leitura. Você sabe, gosto de escrever sobre livros, mas amo imensamente mais poder tagarelar sobre eles, porque tenho a impressão de que estou contando sobre o livro para uma amiga. :)


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Preciso nem dizer que amei tanto Bela Maldade que ele entrou prontamente na lista dos melhores livros do ano em que o li (2011). Se você gostou da sinopse do livro e tem um gosto parecido com o meu, aproveita que ele está baratíssimo na Saraiva e se joga com força, porque a leitura vale super a pena! 
Fabiola Paschoal
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Book Haul de Fevereiro:Livros de parceria, Compras e Presentes

terça-feira, 11 de março de 2014


Cá estou atrasada para contar sobre os livros que comprei, que recebi de parceria de editoras e que ganhei de presente, oba! É, fevereiro foi um mês produtivo no Escritório Cocota Nerd. Então, dá o play e saiba o que vai rolar por aqui nas próximas semanas.



Gente, eu preciso falar que não consigo fazer vídeo de todos os livros que leio, mas vou me empenhar para fazer pelo menos resenha por escrito no blog, ok? Outra coisa é que eu obviamente dou prioridade aos livros de parceria mas, se você quiser muito-muito-muito saber a minha opinião sobre algum livro que eu tenha mostrado no canal ou no blog me pede com jeitinho que eu faço um vídeo. ;)

Livros mencionados no vídeo:

- Branca dos Mortos e os Sete Zumbis
- Fahrenheit 451
- Ódio, amizade, namoro, amor e casamento
- Fluam, minhas lágrimas, disse o policial
- Profissões para mulheres e outros artigos feministas
- Vida de Gato
- Um conto do destino
- Eva
- A Invenção de Copacabana

Onde eu compro livros online:





E é isso! Se tiver alguma sugestão de livro para me dar ou se tiver algo a me dizer sobre esses que eu mostrei no vídeo, não fique tímido, conta para mim nos comentários!
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Sobre Zumbis: In the Flesh e Branca dos Mortos e os 7 Zumbis

segunda-feira, 10 de março de 2014
Eu não tenho uma experiência muito boa com livros sobre zumbis. Li aquele Orgulho e Preconceito e Zumbis e achei uma bomba, tanto que me desfiz na primeira oportunidade! Porém, quando a Globo Livros me enviou Branca dos Mortos e os Sete Zumbis, de Fábio Yabu, eu me empolguei muito com a ideia de misturar contos de fada com seres sobrenaturais e macabros. Li e gostei muito, e, como acho que este é o tipo de livro que vai agradar a bastante gente, resolvi vir aqui indicá-lo.



Quem gosta de Once Upon a Time certamente vai adorar Branca dos Mortos. É muito legal ficar tentando identificar os personagens dos contos de fada ao longo da narrativa, e é mais legal ainda porque mesmo os personagens que não ganharam um conto para chamar de seu, acabam fazendo "participações especiais" em algumas histórias. É o caso do Pequeno Polegar, por exemplo.

Apesar de os contos serem independentes entre si, eles dialogam, então muitas vezes os personagens de determinado conto aparecem em outros mais para a frente, e tudo faz muito sentido. Isso acontece, por exemplo, com a Madrasta da Cinderella, e com a própria Branca de Neve. Alguns mistérios que ficavam sem resposta acabam sendo solucionados nos contos seguintes. No conto que nomeia o livro o leitor não tem a menor pista do que aconteceu com os Sete Anões para que eles se tornassem zumbis, mas um dos últimos contos do livro acaba trazendo a resposta, o que eu achei super interessante. Preciso destacar que há um conto inspirado em O Corvo de Edgar Allan Poe e eu achei genial! Uma bela releitura de um poema brilhante, que já tem um certo tom macabro por natureza.

Falando sobre os pontos negativos, me sinto na obrigação de dizer que, se você não curte narrativas bem coloquiais, com linguagem simples e direta, talvez não curta muito esse livro. No meu caso, isso não incomodou, o que me deixou meio irritada foi o fato de o autor repetir muito as palavras em determinados momentos, sobretudo nos primeiros contos, e sempre terminar os parágrafos com "frases de efeito", recurso que muita gente gosta mas eu, particularmente, acho meio cansativo. De qualquer forma, são pequenos "defeitinhos" que não chegam a atrapalhar a experiência de leitura. Ainda assim Fábio Yabu é um ótimo contador de histórias!

In the Flesh



Outra dica que tenho para compartilhar com você que gosta de histórias sobre zumbis é, na verdade, a de uma série: In the Flesh, da BBC. In the Flesh é narrada em um cenário pós-apocalíptico em que a cura para a "zumbificação" das pessoas já foi descoberta, e os mortos que voltaram à vida passaram por um tratamento que lhes permite ter uma vida normal, desde que mantenham sua medicação em dia. Quando a série começa, os primeiros "ex-zumbis" estão voltando para suas casas para se reintegrarem à sociedade, mas o preconceito contra eles ainda é muito grande. Nosso personagem principal, Kieran, é um dos que voltaram dos mortos, e ao longos dos três episódios ficamos sabendo mais sobre seu drama pessoal, que acabou causando sua morte. 

Como a versão zumbi de Kieran matou pessoas e se envolveu em incidentes que sua família preferiria esquecer, e, pior ainda, ele tem flashbacks desta época macabra mesmo depois de curado, o personagem carrega uma grande culpa. Com o tempo, o espectador se envolve tanto com todos os personagens que é impossível não ficar torcendo por um final feliz para uma história tão conturbada.

Não se engane: apesar de tratar de zumbis, In the Flesh não lembra em nada The Walking Dead e outras séries do gênero, e nem é o tipo de série que vai causar sustos. O foco aqui é outro: o preconceito, a intolerância e a discriminação, e como eles podem ser prejudiciais para a sociedade. Nem preciso dizer que os zumbis da história são uma metáfora para as minorias, né? Se trocarmos os mortos-vivos em questão por homossexuais, transgêneros, negros ou qualquer outra parcela da população que sofra discriminações acabamos tendo um retrato bem cruel da nossa sociedade. 

In the Flesh é de uma sensibilidade absurda, eu digo logo que chorei que nem um bebê no último episódio e, apesar de a história não deixar pontas soltas, ficou um gostinho de quero mais. Felizmente a série foi renovada e eu mal posso esperar para saber o que a segunda temporada nos reserva! Para te deixar com vontade de ver, vou deixar aqui o link para o trailer de In the Flesh. Indico de olhos fechados para gente com mente aberta e sobretudo para as que ainda precisam se despir de certos preconceitos. 

Eu fiz um vídeozinho em que falo mais sobre a série In the Flesh e sobre o livro de Fábio Yabu, e sugiro que você o assista e, se gostar, se inscreva no meu canal no YouTube



E aí, já conhecia In the Flesh? Curtiu a sinopse do livro de Yabu? Tem mais livros, séries ou filmes sobre zumbis para me indicar? Compartilhe nos comentários!
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Cocota Nerd Lê: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury

terça-feira, 4 de março de 2014
Uma coisa é certa: eu adoro distopias. Até muito pouco tempo atrás eu tinha minha tríade de distopias favoritas: 1984, Admirável Mundo Novo e A Revolução dos Bichos. E aí veio Ray Bradbury e ganhou meu coração com seu genial Fahrenheit 451. Pronto, tenho uma nova distopia preferida, e vou contar o porquê. 



A premissa de Fahrenheit 451 é curiosa: uma sociedade em que ler e até mesmo possuir livros em  casa é proibido. Para combater este crime existem os bombeiros, que, ao invés de apagarem os incêndios, os iniciam. Mais precisamente, os bombeiros nesta sociedade têm o único propósito de encontrar e destruir livros clandestinos, ateando fogo neles. Daí o título, já que 451 graus fahrenheit é a temperatura em que o papel pega fogo.



No caso, os livros eram proibidos porque, nesta sociedade, pensar e questionar não eram atividades incentivadas. Muito pelo contrário, as pessoas viviam em uma espécie de felicidade alienada, dominadas pela TV e pelas drogas recreativas. Tudo para viverem felizes, sem nem saberem o porquê. Obviamente o Estado encorajava esse estado de letargia, afinal, uma sociedade feliz e sem opiniões próprias é mais fácil de se oprimir e controlar do que uma sociedade com massa crítica. Lembra da política do pão e circo? Pois bem, neste contexto não é difícil compreender o motivo de os livros serem demonizados, já que escondem tantos questionamentos e informações em suas páginas. 

Pois bem, nosso personagem principal é o Guy Montag, um bombeiro que adora o seu trabalho. Adora tanto que não se incomoda de destruir milhares de bibliotecas ao longo de sua carreira. Isso muda drasticamente, porém, quando ele encontra a senhora Blake, proprietária de uma imensa biblioteca clandestina e que, quando descoberta, escolhe queimar viva junta com seus amados livros do que abandoná-los. E é aí que ele começa a se questionar: o que há de tão importante nos livros, e por que eles são vistos como uma ameaça tão grande? 

"Deve haver alguma coisa nos livros, coisas que não podemos imaginar, para levar uma mulher a ficar numa casa em chamas; tem de haver alguma coisa. Ninguém se mata assim a troco de nada."

E é a partir deste momento que o livro sofre um plot twist e Montag vai procurar enlouquecidamente as respostas para as perguntas que ele guardou dentro de si a vida inteira. Nesta procura, ele acaba encontrando personagens que simbolizam a resistência: pessoas que vivem à margem da sociedade, escondidas, com a esperança de que algum dia os livros voltem a ter importância. Inclusive, para que os livros não morram, estes personagens decoram as histórias e as passam adiante geração após geração, se tornando praticamente livros humanos. Assim, a memória e os ensinamentos dos livros permanecem vivos. Achei isso tão genial que não tenho nem palavras para descrever!



Fahrenheit 451 não é somente uma crítica à opressão e à sociedade de controle como as outras distopias. Em sua obra-prima, Bradbury vai além e faz uma profunda crítica ao consumismo desvairado, à indústria cultural, à publicidade sem critérios e ao "emburrecimento" da população, que escolhe por sua própria conta viver em alienação ao invés de formar opiniões e questionar o status quo. É assustador, e não muito diferente do que vemos em nossa sociedade atual, né?

Fiz um vídeo com minhas impressões de leitura de Fahrenheit 451 e meus pitacos sobre outros dois excelentes livros de Ray Bradbury que recebi de cortesia da Biblioteca Azul/Globo Livros: A cidade inteira dorme e outros contos, e As crônicas marcianas. Está imperdível:




E você, também é apaixonado por distopias como eu? Já leu Bradbury? Me conta nos comentários!

Disclaimer: Este livro foi enviado pela editora para resenha. Tudo o que foi exposto neste artigo é baseado em minha opinião sincera e não recebo nenhum tipo de compensação para escrever o post.
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.
 
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