Aleatoriedades de Julho

quinta-feira, 31 de julho de 2014
E mais uma vez venho fazer um balanço geral do mês! Em julho eu não li quase nada, o que foi bem vergonhoso. Mas, em minha defesa, não o mês teve vários contratempos e acabei não conseguindo dar conta de tudo o que tenho na minha fila interminável de leitura. Porém, tenho coisinhas interessantes para compartilhar.



Tive dois eventos literários bacanas, onde pude conhecer e reencontrar duas autoras fofas, de gêneros literários que não poderiam ser mais diversos, mas cujos livros eu adorei, cada qual a sua maneira. O primeiro foi o lançamento de Enquanto a Chuva Caía da Christine M na Livraria Cultura da Cinelândia. Falei um pouquinho mais sobre este evento + mini-resenha do livro aqui. O segundo foi o lançamento de A Vez de Morrer, de Simone Campos, que eu já havia mencionado aqui. Por sinal, já li e já amei, espere resenha em breve.

Tive duas surpresinhas literárias bem legais, e que eu não esperava. Consegui achar finalmente Astronauta Magnetar, depois de meses procurando, na Livraria Cultura! Fiquei tão feliz de completar minha coleção de graphic novels do MSP que fui saltitando para o caixa! Pode deixar que farei um vídeo falando sobre todas!




A outra surpresa foi ter recebido o livro Fake de Felipe Barenco para ler e dar minha opinião. A capa e a sinopse são super atraentes, mas devo confessar que foi a contracapa que me querer ler este livro! Vou ler e conto aqui o que achei.


MELHOR-CONTRACAPA-DO-MUNDO 

A caixa de lançamentos da Novo Conceito veio de babar! Se liga só no recheio:


Já quero ler Se Eu Ficar, A Menina Mais Fria de Coldtown e As Sete Irmãs, em parte, porque as sinopses me atraíram e, em parte, porque os kits vieram super caprichados!


Dentro do balde de pipoca tem lencinhos e pipoca para microondas, muuuito legal!





A melhor coisa que me aconteceu em julho foi trocar de celular! Agora consigo usar a versão mais atualizada do Android, postar vídeos no instagram, só alegria! Tô com o Galaxy S4 que não troco por iPhone algum, e tenho dois apps para indicar (que não conseguia usar no cel antigo): o Giddylizer e o Easydownloader.

   

Ah! Minha nerdice do mês foi o anel de Harry Potter que chegou aqui em casa depois de muitos meses de espera. Eu tinha um preto, mas quebrou :( então comprei um prateado e tô gostando de usar. Outro anel que não sai do meu dedo é o coração com pedrinhas prateadas da Accessorize. Achei uma vibe meio heavy metal e tem combinado com praticamente todos os meus looks, ótima aquisição!



Sobre músicas, andei ouvindo Kasabian à exaustão, porque as músicas e letras da banda são incríveis, porque sotaque britânico é amor e porque indie rock foge um pouco da minha zona de conforto musical mas ainda assim é sempre uma boa experiência. Kasabian me foi apresentada como "the best band of the world" e... não cheguemos e tanto, mas gostei bastante de ter conhecido mesmo assim. Uma das minhas preferidas provavelmente foi Days are Forgotten

Outra música que escutei bastante foi Try da Colbie Callait, que tem o clipe mais legal ever, e fala sobre os sacrifícios que a gente faz (e que não deveria fazer) para que as pessoas gostem da gente. Muito bacana mesmo!

Em escala menor, andei escutando Your Song e Wake Me Up (que me lembra a final da Copa por alguma razão) porque definitivamente meu gosto musical não faz o menor sentido. 

De lugares para visitar, tenho obviamente a Livraria Cultura Cine Vitória, que é um oásis dos livros em pleno centro da cidade e, mesmo não sendo tão magnífica quanto a do Conjunto Nacional, ainda assim é uma bela livraria que pretendo voltar para explorar com calma. E indo para o campo etílico da coisa, preciso comentar sobre o lugar que mais frequentei durante a Copa do Mundo: o The Clover, irish pub de frente para o mar de copacabana, com música incrível, frequência bacana e drinks imperdíveis!

Gravei um vídeozinho mega aleatório com meus favoritos do mês e acho que vale a pena assistir. Dê o play abaixo e seja feliz.  ;)



Ufa, acabou! E aí, o que você tem para compartilhar comigo?
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Hysterical Literature (ou: Literatura Histérica)

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ainda falando sobre literatura x sexualidade feminina, quando estava pesquisando para fazer o vídeo de "Abra os livros E as Pernas" encontrei uma verdadeira pérola que merece ser compartilhada: o Projeto Hysterical Literature criado pelo fotógrafo Clayton Cubitt. 

O projeto tem um conceito muito simples e, ao mesmo tempo, muito genial: convidar mulheres de diferentes personalidades, profissões e preferências literárias, para ler em voz alta um trecho de seu livro preferido, enquanto são remotamente estimuladas com um vibrador. Sim, você leu certinho. O objetivo é documentar com fidelidade a reação dessas mulheres ao estímulo sexual ao mesmo tempo em que lutam para não perder o ritmo da narrativa.

São várias sessões, cada uma delas com uma personagem diferente, lendo um livro diferente. Tudo é espontâneo, nada é guiado, e, além de curioso, é bem engraçado de se assistir. Vou colocar um dos episódios abaixo, mas dá para assistir a todos eles no site oficial do projeto

(NSFW, aconselho escutar com fones!)


O Hysterical Literature é simbólico em muitos aspectos. Desde sempre a sexualidade feminina foi estigmatizada e vista como um tabu, e todas nós somos ensinadas a reprimir nossos desejos ao invés de extravasá-los. Então, quer ousadia maior do que retratar mulheres comuns gozando em frente à câmera, sem posar e sem atuar? O próprio nome do projeto já é uma deliciosa ironia com a opressão das mulheres, já que histeria é o termo utilizado para designar um "estado clínico" que só acometia mulheres e cujo principal sintoma era, adivinhe só, apetite sexual voraz.

A leitura simultânea do livro enquanto as mulheres são filmadas é fundamental para retratar a dicotomia entre corpo x mente e o contraste entre sexo e cultura. Desmistifica essa balela de que mulher que lê é pura, casta e frígida e nos abre os olhos para o fato de que dá, sim, para ser bem-resolvida sexualmente e apreciar a literatura ao mesmo tempo. 

Adoro quando a arte nos dá o que pensar, para mim é sinal de que cumpriu seu propósito! Achei o projeto genial e inusitado. E você, também curtiu? 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





100 Dias Felizes ♥

terça-feira, 29 de julho de 2014
Quem usa o instagram com certeza já se deparou com a hashtag #100happydays em algum momento ilustrando fotinhos por lá. Mas você sabe de onde surgiu isso?

O #100happydays é um projeto que desafia e incentiva seus participantes a compartilharem um momento feliz por dia, por cem dias sucessivos, sem pular nem "roubar". A ideia é fazer com que as pessoas passem a prestar maior atenção nas pequenas alegrias da vida e registrar estes momentos felizes por fotos! Pode ser que a gente não consiga ficar feliz o tempo todo, afinal os problemas sempre irão existir. Mas todos os dias trarão pelo menos um momento feliz, e o objetivo é que a gente foque nas alegrias e não nos dramas nossos de cada dia.

Parece um pouco aquela dica que eu já dei aqui no blog, de anotar diariamente uma coisa boa que tenha acontecido no dia, todos os dias. Ao final de um ano, a gente relê e se surpreende de ver quantas coisas legais acontecem em nossas vidas sem que a gente sequer perceba. A correria, o estresse e a rotina muitas vezes acabam fazendo a gente passar batido por esses bons momentos, por isso eternizar estas pequenas pílulas diárias de felicidade é tão importante.

Relutei a participar do #100happydays porque duvidava que eu fosse capaz de ser feliz por cem dias seguidos, mas dei o braço a torcer. Comecei ontem e, pelos próximos 99 dias, conto com a sua companhia para compartilhar os melhores momentos da vida no meu perfil no instagram. Minha primeira foto para o projeto foi essa aqui. :)


(A montagem é da Monica Parade aqui no Rio, e não se preocupe que vou fazer post sobre e mostrar minha coleção de mônicas em breve ♥ )

E aí, quem vem comigo? Visite o site, se inscreva e compartilhe também os seus dias felizes! 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Abra Livros E Pernas

segunda-feira, 28 de julho de 2014
E aí que editorazinha de quinta achou por bem fazer um post em sua fan page ridicularizando a foto da Valesca lendo Madame Bovary. Não satisfeita, postou também uma imagem instruindo suas seguidoras a "abrirem livros, e não as pernas". Sem links, porque não sou de dar ibope pra tosqueira, mas dá para ver nos prints abaixo.





Primeiro de tudo, nem vou comentar o absurdo que é uma editora ridicularizar o fato de uma figura pública, que fala com os jovens, aparecer lendo um livro e incentivando seus fãs a fazerem o mesmo. Segundo que eu morro de preguiça deste discurso "sou intelectual, gosto de ler, então sou assexuado porque os livros me bastam". Terceiro que eu acho essa cagação de regra com o comportamento alheio de uma burrice extrema, e que vai totalmente ao encontro da liberdade de ideias que uma editora deveria promover. Me desculpe, mas moralismo e puritanismo são coisas de quem tem mente fechada, o que não deveria ser o caso de pessoas que gostam de ler e incentivam a leitura.

Uma vez eu li um livro bobinho da Lauren Conrad chamado L.A Candy. A história em si não era nada demais, um YA meio descartável como tantos outros. Porém, o maior mérito do livro de Conrad foi o de me apresentar a personagem Scarlet, melhor amiga da protagonista. 

Scarlet era totalmente diferente das mocinhas dos YAs: ela era estudante de letras, devorava livros como se fossem balinhas, conhecia todos os clássicos e os lia no idioma original de publicação. Além disso tudo, tinha tempo para ir para as noitadas caçar homens e praticar sexo casual. Como não queria se envolver, transar com totais desconhecidos foi a forma que ela encontrou de suprir seus desejos sem abrir mão da própria liberdade. E eu achei a personagem genial, justamente por esta peculiaridade! Estava bem cansada de ler sobre virgenzinhas nerds que vivem com a cara enfiada dentro dos livros e não têm vida sexual alguma, como se o fato de gostar de ler necessariamente implicasse "ser santa", com todas as aspas possíveis.

Scarlet passou a ser o meu modelo a partir de então, pois, ridícula que sou, tomo personagens de livros YA como exemplos de vida quando me identifico com elas. Não que eu me identifique integralmente com a personagem de Conrad: ainda estou há anos-luz de distância de Scarlet quando o assunto é ser bem-resolvida. Mas só de beber, andar de saia curta, dizer o que penso e falar palavrão como se fosse vírgula acho que eu já me distancio bastante do estereótipo construído em torno de meninas que gostam de ler

Acho que aqui a gente volta àquela discussão boba sobre ler x ser inteligente né? Vejo este esnobismo em muitos blogs literários, e mesmo em leitores "anônimos", e acho tudo isso muito sem sentido, porque o simples fato de gostar de ler não nos torna automaticamente pessoas irrepreensíveis. Não, meu bem. Você não é melhor que a Valesca e seu Madame Bovary, quer ela leia ou não o clássico de Flaubert. E, não, meu bem, fazer sexo somente com seu namorado não te torna uma mulher mais digna de respeito do que a mocinha que dorme com desconhecidos no primeiro encontro. Dá para abrir livros E pernas e ser feliz assim, e não vejo razão para ser diferente. 



No mais, beijinho no ombro para quem acha que o mundo é preto e branco sem admitir tons de cinza, e para quem pensa que uma mulher deve escolher entre ser casta ou ser puta
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Resultado do Sorteio do Livro Uma Noite e Seis Semanas

domingo, 27 de julho de 2014
Para variar estou toda atrasada para dar o resultado do sorteio, mas acho que as pessoas já estão acostumadas. :)

Sem mais delongas, vamos lá!

E..... que rufem os tambores! 




Parabéns, Fabiana! :D

Já entrei em contato para pedir os dados e repassar ao autor. Se a vencedora não responder meu e-mail em até 48h eu refaço o sorteio, ok? Muito obrigada a todos que participaram e nos vemos nos próximos. 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Total Recall Aleph

quinta-feira, 24 de julho de 2014
Não sei você, mas eu tenho aqui em casa livros super velhos, em edições antigas herdadas aqui e acolá, que não substituo por edições mais atuais porque penso: "que bobagem, ao invés de gastar com um livro que já tenho, vou comprar um que ainda não li". Porém, como toda bibliófila que se preza, babo por uma edição novinha e lindinha, e morro por capas de livros bonitas na estante. Por isso, achei sensacional o novo projeto da Editora Aleph, chamado Total Recall!  



Funciona assim: tem um livro velhinho, de qualquer editora (até mesmo em inglês) que foi relançado pela Aleph? Envie sua edição antiga para o pessoal da editora e pague apenas metade do preço da nova edição no site da editora! Quer coisa melhor do que renovar as prateleiras de livros pagando meia? \o/

Para ficar mais legal ainda, os livros velhinhos não serão jogados no limbo dos livros: eles serão doados para bibliotecas públicas, onde poderão fazer a alegria de outros leitores. Sério, é muito amor! Todo um orgulhinho de ser parceira da Aleph. 

Gostou da ideia? Clique aqui para saber mais sobre o projeto! Eu confesso que já estou separando uns voluminhos antigos dos livros de sci-fi que afanei adquiri das coleções do meu pai e da minha madrinha para trocar pelas edições novas. :)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Lançamento + Resenha: Enquanto a Chuva Caía

quarta-feira, 23 de julho de 2014
Quando eu recebi a caixa com os lançamentos da Novo Conceito logo fiquei com vontade de ler Enquanto a Chuva Caía, da Christine M, porque vi resenhas bastante positivas e estava precisando de romance em minha vida, após ler tanto suspense, sci-fi e livros polêmicos. E fico bastante feliz de dizer que, além de o livro ser muito bom e super bem escrito, conheci a autora no lançamento e ela é super fofa, simpática, e merece muito sucesso na carreira.



O lançamento foi na Livraria Cultura da Cinelândia (aka paraíso *-*) e foi super bacana. Rolou bate-papo com a autora sobre suas outras obras, ela contou um pouquinho sobre seu processo criativo e foi uma tarde bem bacana. Obviamente, teve sessão de autógrafo depois! Amo livro autografado, trato como relíquia na estante.

Não conhecia quase nada sobre a autora e fiquei surpresa de saber que Enquanto a Chuva Caía não é seu livro de estreia, e sim que ela já tinha vários outros publicados. E fiquei mais pasma ainda de ver que todos os seus livros têm estilos bem distintos, uma característica que julgo bastante positiva em um escritor. Estou louca para ler outras obras dela! 



Falando sobre o livro, devo dizer que me surpreendi positivamente com ele. Esperava somente um romancezinho bobo, aguinha com açúcar, mas a história é bem bonita e bem contada e, o que mais amei, os personagens são completamente palpáveis e verossímeis. Eric é um cara de passado altamente duvidoso, e Marina é a jovem e inescrupulosa CEO de uma multinacional que, por detrás de um semblante durão e enérgico, esconde um trauma gerado pela morte prematura de seu noivo, anos atrás.

Este casal tinha absolutamente tudo para dar errado, mas acaba dando certo. No início, tudo não passava de uma forte atração física mas, aos poucos, o sentimento vai evoluindo. Em determinado momento, porém, o relacionamento sofre um abalo quando Eric e Marina se vêem em lados opostos de um mesmo conflito, que é tão sério que pode mudar a vida dos dois para sempre.

complexidade dos protagonistas é um dos pontos altos de Enquanto a Chuva Caía. É graças a ela que a premissa, que à primeira vista parece simples e pouco inovadora, transforma o banal em notável. A escrita de Christine é delicada e direta ao mesmo tempo, com frases inspiradoras que realmente tocam o leitor.

Uma coisa que gostei bastante é que todos os capítulos abrem com um trecho de letra de música de bandas/cantores nacionais, e as letras sempre se encaixam muito bem com a história contada naquele capítulo, em um ritmo perfeito. Acho este tipo de recurso muito interessante, porque ajuda a "humanizar" o livro e a gerar uma identificação com o leitor.

Enquanto a Chuva Caía é um livro despretensioso e gostosíssimo de ler, daqueles que arrancam um sorriso a cada página. Me peguei me identificando com as dores e os dramas dos personagens em vários momentos, e confesso que foi uma leitura que deixou meu coração de gelo mais quentinho. Por não ser um romance altamente meloso e açucarado, e trazer elementos de suspense e ação para equilibrar as coisas, não é um livro chato em momento algum. Ao contrário, as horas voam enquanto você saboreia este livro.

Recomendo para quem é fã de romances com um quê a mais. E fique de olho no meu canal no YouTube porque logo, logo rola vídeo-resenha por lá, e eu me aprofundo mais sobre a leitura de Enquanto a Chuva Caía. ;) 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Cocota Nerd Lê: Os Três, de Sarah Lotz

terça-feira, 22 de julho de 2014
Eu raramente leio release de editora, e às vezes nem a sinopse do livro eu leio para não pegar spoilers. Então, esperava algo totalmente diferente de Os Três, da Sarah Lotz, e me surpreendi positivamente com a leitura. O livro me ganhou logo nas primeiras páginas, e eu não sosseguei enquanto não terminei a leitura! 



A premissa é instigante do início ao fim! O ponto de partida de Os Três é o evento que ficou conhecido na história como Quinta-Feira Negra, um dia terrível em que quatro aviões, em quatro diferentes partes do mundo, caíram e deixaram somente três sobreviventes, todos eles crianças, todos eles tendo escapado totalmente ilesos dos desastres.

No começo tudo era festa e celebração, pois estas crianças haviam recebido uma segunda chance da vida. Porém, logo começaram a surgir teorias de conspiração que davam conta de que haveria algo de errado e de antinatural com os três, pois nenhum ser humano poderia escapar com vida de uma tragédia tão grande! A grande pergunta que paira no ar é: quem são Os Três? Assim, os boatos ganham força e conquistam muitos adeptos pelo mundo inteiro. O que acontece a partir daí é tão grandioso que acaba por mudar o curso da história e causar alterações irreparáveis no mundo.

O livro é narrado por cartas, trechos de entrevistas, prints de sites, transcrições de chats no skype e de e-mails, e depoimentos de pessoas ligadas ao caso. Todas essas informações compõem o livro-documentário Quinta-feira Negra: da queda à conspiração. Sim, trata-se de um livro dentro do próprio livro, e só Deus sabe como eu amo este tipo de metalinguagem na literatura! Junto com a jornalista que escreveu este livro fictício, o leitor tem acesso aos fatos e consegue construir a história na sua mente.

O que é muito legal também é o fato de vários pontos de vista serem abordados durante a narrativa. Estas diferentes vozes ajudam o leitor a entender o que está se passando e tirar suas próprias conclusões. Mas aviso logo que errei todas as minhas teorias e a autora me surpreendeu a cada página.

Eu não vou negar, virei noites lendo este livro, não conseguia largar por nada, e ainda estou digerindo este final. Apesar de a história ser concluída, o enigma central fica meio em aberto, o que me tirou o sono por um bom tempo, porque fiquei imaginando mil teorias loucas! E é tão bom quando um livro tira a gente do sério assim, né?

Gravei um vídeo aprofundando um pouco mais as minhas impressões de leitura, e vale muito a pena assistir.


Só mais uma coisa: a Arqueiro está de parabéns pela edição impecável deste livro, com revisão excelente e essa lombada preta maravilhosa. Da capa à tradução ficou tudo perfeito, dá gosto de ler. Fiquei super feliz de ter recebido para resenhar. :)

E é isso aí, fica a dica para quem gosta de livros de suspense e mistério, porque este é excelente!

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





O Doador de memórias

segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Quando não há memórias, a liberdade é apenas uma ilusão"

Eu adoro distopias e sempre me empolgo quando uma nova é lançada no mercado. Por isso fiquei bem feliz quando recebi o release do relançamento de O Doador de Memórias, de Lois Lowry. Este livro já havia sido publicado por aqui sob o título de O Doador, e está sendo relançado por conta do filme baseado em seu enredo, que estreia agora em agosto.



Em O Doador de Memórias, a autora constroi uma sociedade em que não há dor ou conflitos de qualquer espécie, porém também não há alegrias verdadeiras. Há apenas uma satisfação conformada e alienada, e é com ela que as pessoas aprendem a conviver.

Nesta sociedade, não existe passado, nostalgia ou recordações, já que todas as memórias são apagadas. Somente uma pessoa pode ser guardiã dessas memórias, um "cargo" honrado e cheio de responsabilidades. O protagonista, Jonas, de somente 12 anos, recebe esta incumbência. Durante o árduo treinamento para exercer a função de Doador, ele acaba descobrindo a verdade sobre aquele mundo que parecia tão perfeito.

Achei a sinopse incrível e estou louca para ler! Espero fazê-lo antes da estreia do filme, no dia 14 de agosto. O trailer também é bem bacana, parece ser uma adaptação fiel. Assista abaixo e me conte se também se empolgou tanto quanto eu. ;)


Amando essa onda de adaptações de livros para o cinema, e você? 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Filmes aleatórios a que tenho assistido

sábado, 19 de julho de 2014
Algumas pessoas acham que eu sou uma maquininha de ler livros e não faço outra coisa da vida, mas na real meus hobbies vão bem além disso. Ando meio viciada em séries e, como prometi, logo logo farei um vídeo falando um pouco das minhas preferidas, mas hoje eu vim falar sobre filmes. Andei vendo alguns filmes interessantes aqui e acolá, e acho que vale a dica porque a maioria já dá para encontrar em DVD (até no Netflix se bobear).



Ninfomaníaca

Primeiro de tudo, se você está esperando um ~pornozão caliente~ não assista a Ninfomaníaca, ou vai se decepcionar muito seriamente! O filme de Lars Von Trier sobre uma mulher que tem como maior objetivo de vida sentir prazer, sem jamais conseguir a plena satisfação sexual é uma obra-prima, que usa o sexo como pano de fundo para tratar de diversas questões. Dentre essas questões, uma das que mais ficou na minha cabeça assistindo ao filme foi: será que se fosse um homem passando por aquelas mesmas situações as pessoas ficariam tão escandalizadas, ou o fato de uma mulher gostar (e assumir gostar) de sexo é que choca tanto as pessoas? Eu diria que é um filme perturbador e, ao mesmo tempo, incrível!



Her

Sabe quando a premissa do filme é super boa mas o resultado acaba te decepcionando? Foi isso que aconteceu com Her. Adoro muito o plot sobre um homem solitário e tímido que se apaixona pelo programa de computador e achei que renderia um filme divertidíssimo, mas na real eu achei maçante, não consegui me concentrar na história e por pouco não abandonei o filme pela metade. Culpe minha pouca paciência para filmes de ritmo um pouco mais lento, mas, apesar de reconhecer que é um longa extremamente bem produzido e original, não me cativou. De qualquer forma, acho que vale assistir se você é fã de histórias deste tipo homem x máquina, a temática é interessante. 



Azul é a cor mais quente

Por fim, o polêmico Azul é a Cor mais Quente trata da história de amor entre Emma e Clémentine, duas jovens que lutam contra preconceitos e intempéries para ficarem juntas. Este filme ficou famoso por suas explícitas cenas de sexo e, sim, elas são bem longas, e bem quentes, mas isso não faz do longa um filme pornô lésbico. Longe disso, a história das duas é bonita, é emocionante, é o tipo de história de amor que foge bastante do conceito de "e viveram felizes para sempre", tanto por não ter um final feliz quanto por não se tratar de um casal heterossexual, e é justamente isso que a faz tão real e tão tocante. Tenho um no canal sobre a graphic novel que originou o filme, e vale muito-muito-muito a pena assistir.



E você, tem assistido o que de bom?
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





O Parque do Pequeno Príncipe

sexta-feira, 18 de julho de 2014
Já falei trocentas vezes aqui no blog que eu sou apaixonada por tudo que se refere ao Pequeno Príncipe, né? Amo o personagem, amo as citações e tenho até uma pequena coleçãozinha de objetos e acessórios relacionados ao principezinho mais charmoso da literatura. E então que eu fiquei mega empolgada quando descobri que existe um Parque do Pequeno Príncipe na França!



Este verdadeiro paraíso para os leitores de Exupéry é uma grande homenagem a obra, que já tem mais de 70 anos mas continua super atual, tanto que ainda hoje conquista novos fãs a cada dia, tanto entre o público infantil/juvenil quando entre os leitores adultos. O Parque fica em Ungersheim, na Alsácia (leste da França), e está novinho em folha: acabou de ser inaugurado, em julho de 2014. 

Como todo parque de diversões, o público-alvo são mesmo as crianças e adolescentes. Nada impede, porém, que os adultos saudosistas e fascinados pelo personagem de Antoine de Saint-Exupéry se divirtam bastante por lá. 


As atrações do Parque são, obviamente, inspiradas na história do Pequeno Príncipe. Assim, é possível observar as montanhas através de balões, pilotar um bi-plano,  e até se comunicar com os personagens do livro, gerados por computador, de uma forma totalmente lúdica e interativa. 

Encontrei um vídeozinho sobre o Parc du Petit Prince, mas está em francês. Assista para saber mais: 


Preciso dizer que já estou querendo comprar passagens para a França agora?? 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Work hard, Play hard

quarta-feira, 16 de julho de 2014
Julho tem sido um mês bittersweet, por assim dizer. Nunca trabalhei tanto, nunca me estressei tanto por razões profissionais, e tive vários contratempos (o que inclui ser roubada, perder o celular e ter que dar pinta na delegacia de madrugada para fazer B.O), andei esgotada físico e mentalmente e, honestamente, mal posso esperar que o mês acabe porque já deu.

Por outro lado, em julho voltei a flertar com meu lado festeiro, parte disso por causa da Copa do Mundo e suas delícias. Não sei se já comentei aqui que não ligo a mínima para futebol, mas uma das vantagens de se morar em cidade-sede é que a vida virou uma festa durante este um mês de Copa, com a cidade fervilhando de gente de fora e mil coisas para se fazer entre uma partida e outra. Tô aqui pela zoeira, falo mesmo, e possivelmente agora que a vida voltou ao normal vou precisar de um fígado novo e umas 500 horas seguidas de sono para repor o que não dormi. 

Outra coisa muito legal que aconteceu por esses dias foi ter conhecido pessoinhas incríveis, revisto outras tão bacanas quanto e finalmente ter desbloqueado uma das minhas coisas para se fazer antes dos trinta anos, o que pode parecer besteira mas dá uma motivação a mais para perseguir metas, sejam elas grandiosas ou simples.

Por tudo isso, não andei lendo quase nada, ainda estou degustando o ótimo A Vez de Morrer da Simone Campos, e amando. Mas logo, logo isso será resolvido e voltarei ao meu ritmo normal de leitura. Afinal, euzinha não paro de comprar livros e as editoras/escritores não param de me enviar coisas novas, então bora correr para recuperar o tempo perdido. Em tempo, ando pensando seriamente em fazer uma caixa postal, se alguém tiver me fala como é, se vale a pena etc. ;)

Tô sumida, mas ainda amo meus leitores! #breguices #S2S2


Por outro lado, seriados eu tenho visto bastante, e de temas bem variados (Netflix = amor eterno, amor verdadeiro), sei que estou devendo um vídeo sobre as séries a que assisto, então me aguarde que estou com a corda toda para voltar a gravar! \o/

E sim, às vezes eu esqueço que tenho um blog literário e sinto vontade de falar da vida e de aleatoriedades. Perdoe-me pela licença poética. :)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (Philip K. Dick)

sexta-feira, 11 de julho de 2014
Eu já havia comentado aqui sobre o lançamento de Androides sonham com Ovelhas Elétricas? do Philip K. Dick, o livro que inspirou o roteiro do filme Blade Runner - O Caçador de Androides. Finalmente pude ler e devo dizer que gostei mais do livro do que eu esperava! Então chegou a hora de eu falar um pouquinho sobre a minha experiência de leitura deste livro tão incrível.



Rick Deckard é um caçador de androides fugitivos, em um universo em que os androides são uma espécie de escravos que servem aos humanos que emigraram para as colônias interplanetares. Sim, porque a Terra passou por uma guerra que praticamente a dizimou, então pouquissimas pessoas permaneceram no planeta. Então, o trabalho de Deckard consiste em capturar e "aposentar" androides que eventualmente fujam aqui para a Terra. 

Uma peculiaridade da história é que os animais foram quase extintos, portanto manter um animalzinho de estimação é muito caro e considerado símbolo de grande status social. Deckard não tem condições de bancar este pequeno luxo, por isso tem uma ovelha elétrica de estimação. Porém, seu sonho é substituí-la por uma ovelha real, sonho que parece mais próximo de se tornar real quando seis androides escapolem e ele é designado para caçá-los e aposentá-los.

O trabalho inicialmente pareceria simples, mas vai adquirindo novas complicações com o tempo. E, neste processo, ele vai descobrir que os androides são mais humanos do que ele imaginava. Assim, Deckard começa a se questionar sobre o que, afinal, difere aquilo que é real do que é fabricado, e sobre o quão ético é seu trabalho, no fim das contas.

Além deste tema central, o livro também toca em outros pontos interessantes, como a religião, a alienação da sociedade, a capacidade de se impostar/sensibilizar com o sofrimento alheio, dentre tantos outros. Enfim, Philip K. Dick é mestre em mesclar a ficção científica com a realidade cotidiana, e este livro não fugiu à regra. 

No vídeo abaixo eu entro em maiores detalhes sobre a história e faço uma breve comparação com o filme Blade Runner, então sugiro que você assista. :)



Já havia resenhado Fluam, minhas lágrimas, disse o policial aqui no blog, e também gostei bastante. Aparentemente Philip K. Dick está conquistando um espacinho cativo no meu coração. 

E você, já leu algo do autor? Curte ficção científica? Me conta nos comentários! 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Livros que viram filmes: Se Eu Ficar

quinta-feira, 10 de julho de 2014
Acredite você se quiser, não havia ficado curiosa com Se Eu ficar (If I Stay), de Gayle Forman, até assistir ao trailer no cinema. Achei bonito e me interessei pela história de uma menina cujo mundo desmorona ao ser vítima de um acidente de carro que tirou tudo o que havia de bom em sua vida. Em coma, sem família, sem namorado, sem oportunidades aparentes, Mia precisa tomar uma decisão dificílima: será que vale a pena ficar neste mundo, ou seria melhor partir de vez? 



O livro não tinha sido muito comentado aqui no Brasil antes de sair a notícia de que iria virar filme. Porém, é best-seller no New York Times e já li várias resenhas super positivas sobre ele por aí. 

Sorte minha (e nossa!) que a Novo Conceito vai lançar o livro por aqui antes de o filme estrear, uhul! Se Eu Ficar será lançado em agosto, e a adaptação estreia nos cinemas em 4 de setembro. Ou seja, tempo de sobra para devorar o livro e ir conferir o filme com a história fresquinha na cabeça. Assim que a editora me enviar eu leio rapidinho e venho contar para você o que achei.

Enquanto isso, assista ao trailer e fique com a dúvida de o que vai acontecer na vida de Mia.



(Aproveita que já está no YouTube e se inscreve no meu canal, vaaaaaai??)

Eu não sou dessas mimimizentas que sempre ficam reclamando que "o livro é melhor que o filme". Ter aulas de cinema na faculdade não serviu para muita coisa na minha vida profissional, mas me abriu os olhos e fez enxergar que cinema e livro são mídias diferentes, cada qual com sua magia própria. A partir de então, consigo ver a beleza nas adaptações cinematográficas. E você, também curte adaptações de livros para o cinema?
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Lendo Autores Nacionais #1: Simone Campos

terça-feira, 8 de julho de 2014
Uma coisa que eu não entendo é quem diz que temos que ler autores brasileiros para prestigiar a literatura nacional. "Temos" uma ova, cara-pálida, porque eu leio o que me interessa e o que é bom, independente da nacionalidade do autor. Mas, venhamos e convenhamos, felizmente os autores nacionais estão se destacando cada vez mais no mercado editorial por causa da qualidade das suas obras. Já falei de vários aqui no blog, como o Raphael Montes, o Bia, o Morini, e a lista vai longa. Minha mais recente obsessão-literária-nacional é a Simone Campos, escritora talentosíssima com quem eu compartilho muitas das minhas opiniões e cujos textos amo! 



Meu primeiro contato com a autora foi com um conto na coletânea Entre Nós, publicada pela Língua Geral e focada em contos sobre homossexualidade. O conto dela, Bondade, é mega gostoso de ler, apaixonei-me a partir daí. A partir disso, li outras coisas, inclusive Owned, seu sensacional livro-game disponível online aqui. Também acompanho a autora nas redes sociais, e estou sempre lendo seu blog (aliás, vale muito o clique). 

Tudo isso para dizer que a autora acabou de lançar seu livro novo pela Cia das Letras, A Vez de Morrer. Assim que vi na livraria, fiz um autoacordo comigo mesma de não comprar até o dia da sessão de autógrafos. Este acordo durou exatamente dois dias, encomendei o meu e já chegou aqui, e é muito amor no coração (embora ainda não tenha lido). A autora fala um pouco mais sobre seu livro aqui.




Sinopse de A Vez de Morrer:


Quando Izabel voltou a passar seus fins de semana em Araras, a casa da família estava praticamente abandonada. Um fim de semana na serra logo vira outro e outro e outro. Sem perceber, ela se vê praticamente morando na serra. Como ocorre em todo ponto turístico, Araras é feita de duas cidades. Na temporada, vicejam as lojinhas e restaurantes, as ruas coalhadas de gente. Durante a semana, são os moradores que ocupam a praça, a sorveteria e as igrejas, que parecem brotar do chão. E é justamente essa segunda cidade que atrairá Izabel. O gerente da lan house, cheio de grandes aspirações profissionais, ou sua irmã, eternamente envolvida com a complexa cultura evangélica da região. Ou ainda o amigo do Rio, que pretende instaurar um polo tecnológico ao lado de Araras. Ou a amiga casada, que vai pra debaixo dos seus lençóis. No cruzamento dessas vidas, Simone Campos constrói peça a peça uma trama de alta voltagem sexual, um retrato de geração ao mesmo tempo ácido e delicado, violento e bucólico.

Ano passado tive o prazer de conhecer a Simone no lançamento de um outro escritor queridíssimo e na ocasião ela conversou com a gente sobre este livro, no qual ela estava trabalhando na época. Fiquei curiosa com a sinopse desde então, e por isso tem um gostinho especial tê-lo finalmente em minha coleção. Vou ler e conto o que achei.

Em tempo, quem for do Rio pode ir ao lançamento oficial de A Vez de Morrer no fim de julho. Assim, você conhece a autora e de quebra me dá um abraço. O lançamento será na Travessa de Botafogo ( Rua Voluntários da Pátria, 97, Botafogo) dia 24 de julho a partir das 19h.

 E pretendo continuar com essa "série" sobre leituras de autores nacionais de que gosto, assim você pode separar o joio do trigo e ler apenas os brasileiros que valem a pena. ;)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





O Caderno Rosa de Lori Lamby, de Hilda Hilst

segunda-feira, 7 de julho de 2014


Livros polêmicos sempre me atraem, por isso fiquei com vontade de ler O Caderno Rosa de Lori Lamby, de Hilda Hilst, assim que fiquei sabendo da sinopse (até comentei sobre o livro aqui). É um dos livros da fase obscena-erótica da autora, e o primeiro de Hilda Hilst que li. A sinopse é perturbadora à primeira vista: Lori Lamby é uma menina de 8 anos prostituída pelos pais para melhorar a situação financeira da família, já que a carreira de escritor de seu pai vai de mal a pior. Ela descreve todas as suas experiências sexuais cruamente em seu caderninho rosa. Mas, no fim das contas, o livro acaba indo muito além das perversões de Lori.



O que choca muitos leitores é o fato de Lori não ser traumatizada, nem se sentir mal com a situação. Muito pelo contrário, o sexo parece ser uma grande fonte de prazer, e é descrito por ela de uma maneira bastante natural. Achei curioso, e me fez pensar que a gente só começa a pensar em sexo como algo sujo e pecaminoso depois de uma certa idade, por pura convenção social. 

Em tese, a história é narrada em primeira pessoa por Lori Lamby, porém em dado momento isso é questionado e surge uma nova possibilidade, para dar nó na cabeça do leitor. Não entrarei em detalhes para não dar spoiler, mas gostei da forma como Hilda Hilst construiu esse questionamento. 

Para mim, o assunto central de O Caderno Rosa de Lori Lamby não é a pedofilia, nem a prostituição. Isso tudo é apenas um pano de fundo para a verdadeira questão levantada por Hilda. Na verdade, o livro é um grande deboche da ganância do mercado editorial e do fato que o sensacionalismo, a polêmica e a pornografia vendem mais e têm mais espaço nas editoras do que os livros que são considerados realmente como literatura de qualidade. O pai de Lori personifica o escritor frustrado, que é deixado de lado porque o tipo de literatura que produz não vende, o que faz sucesso de verdade é o que ele chama de "bandalheiras". Achei brilhante a forma como Hilst sacaneia os editores que a desprezaram de uma forma tão inteligente e, ao mesmo tempo, tão sutil. 

Por tudo isso, acabei não ficando tão chocada quanto era de se esperar durante a leitura desse livro. Acredito que, para aproveitar a leitura de Lori Lamby, é preciso mergulhar no livro de mente aberta a todas as possibilidades. Me estendi mais no assunto e comentei minha experiência de leitura no vídeo sobre o livro de Hilst, e acho que vale muito a pena você assistir. ;)


O livro é super curtinho e fácil de ler (por conta da linguagem infantil utilizada pela personagem-título). Tem ilustrações sensacionais do Millôr Fernandes, que foi audacioso ao aceitar o trabalho, já que vários outros ilustradores recusaram na época. Fotografei alguns para mostrar mais ou menos como é o tom do livro.







Enfim, leitura mais do que recomendada para pessoas que amam a arte pela arte, têm mente aberta para histórias fora da caixinha e, sobretudo, para quem não se chocada com facilidade. Se você, como eu, preenche os requisitos, pode se jogar porque o livro é incrível

Alguém mais já leu? 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





O que vem por aí em julho...

domingo, 6 de julho de 2014
Julho acabou de começar e eu já tenho uma pequena pilha de livros novos. Fora os de parceria que ainda vão chegar. =X Livros não me faltam, só me falta tempo para ler. #vidainjusta



Vamos dar uma olhada no que vem por aí? 

A Vez de Morrer é o novíssimo romance de Simone Campos, uma escritora nacional talentosíssima, super simpática e que vale muito a pena de ser lida! Ainda nem rolou o lançamento oficial/sessão de autógrafos, mas euzinha já garanti o meu. Aguarde que vai ter post falando um pouco mais sobre o livro, e quando eu ler conto minha opinião. 

Um Caso Perdido de Colleen Hoover é um New Adult que está super bem falado nos blogs e vlogs literários. Já comentaram comigo que segue um pouco a linha de Easy, que eu amei com força, então estou ansiosíssima para ler! Paguei ridiculamente barato nele, então nem consigo me sentir culpada por ter comprado mais um livro. 

Por fim, sempre tive vontade de ler Jogador Número 1, de Ernest Cline, mas sempre que procurava estava caro ou esgotado, então acabei deixando para lá. Porém, encontrei uma promo super boa no Ponto Frio e me joguei. Referências à cultura pop/games/nerdices sempre me interessam, e eu tenho absoluta certeza que este livro vai me fisgar. Vamos ver...

Para ver minhas orgias consumistas literárias e minhas leituras em tempo real, me segue no instagram porque eu sempre mostro primeiro lá. :) 

E aí, alguém já leu esses livros? 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.





Aleatoriedades de Junho ♥

terça-feira, 1 de julho de 2014
Aproveitando que hoje é o primeiro dia de julho, resolvi fazer um post meio diferente do que eu costumo fazer por aqui: um apanhadão de tudo o que rolou por aqui no mês de junho! Vou mostrar os livros novos que habitam minha estante, o que andei lendo, e coisas que conquistaram meu coraçãozinho no mês que passou

O que chegou de parceria


Estou mega-ultra-atrasada em minhas leituras, então não solicitei nenhum livro para as editoras parceiras. Chegou aqui apenas a caixinha mágica da felicidade da Novo Conceito, recheadíssima com os lançamentos de julho!


Destes, já quero ler A Máquina de Contar Histórias e Man Repeller

Algumas das leituras do mês



Li pouco em junho, infelizmente. Parte disso é culpa do Garota Exemplar, que demorou vidas para ser lido e acabou me atrasando. Enfim, duas leituras dignas de nota foram O Caderno Rosa de Lori Lamby, de Hilda Hilst e Fantasmas do Século XX, do Joe Hill. Este último eu queria ler há séculos, mas está esgotado na editora. Fiquei feliz de tê-lo garimpado no sebo. :) 

O Caderno Rosa de Lori Lamby foi um acontecimento na minha vida! Queria ler, não conseguia encontrar de jeito nenhum em loja física, até que uma boa alma salvou minha vida e me emprestou. Li em menos de 24h e gravei resenha assim que terminei a leitura. Isso, minha gente, é amor.



Também li Duo.Tone que uma amiga queridíssima me emprestou. Fiquei empolgada por ser de Vitor Cafaggi, o mesmo que fez Laços que eu tanto amei! Mas vou falar que as duas histórias presentes neste volume, em si, não são nada demais, a HQ vale a pena mesmo pelas ilustrações lindíssimas do autor! ♥ É o tipo de traço que conta mais da história do que mil diálogos.




Nerdices novas na coleção


A nerdzinha em mim sempre fala mais alto. Em junho comprei mais dois itens pra coleção: o mini Kirby (amoooo o Kirby e seus joguinhos, gente, tenho um de pelúcia e tudo! hahaha) e o chaveiro de Darth Vader que emite luz LED. =O




Ambos são da loja Mari C. Eu compro nos eventos de moda alternativa em que a dona da lojinha sempre expõe, mas dá para comprar online também. 

Séries amor para a vida toda ♥


Em junho eu assinei Netflix e minha vida mudou totalmente! Mas duas séries ganharam o meu amor: Orange is the New Black e Black Orphan.



Orange is the New Black já está na segunda temporada, e é original do Netflix. Assisti a todos os episódios de uma só vez, e entrei em êxtase com o final. Sério, se você ainda não assistiu, necessita assistir!

Já Orphan Black é novidade na minha vida, e me apaixonei logo de cara. Só tem a primeira temporada no Netflix, então estou baixando os EPs da segunda, e a cada novo episódio eu fico mais viciada! 

Não se preocupe, vou fazer vídeo sobre ambas em breve.

Músicas mais escutadas do mês


Eu já estou me preparando para o show da Tarja em setembro, então em junho ouvi bastante Neverlight. Amoamoamoamoamo metal orquestrado, minha gente, e amo mais ainda se tiver vocal feminino! Mal posso esperar para ver e ouvir minha diva ao vivo de novo!

♫ ~don't make my inside fall apart, a prison I don't need~ 

Também escutei muitoooo duas músicas que aparentemente só eu não conhecia: Burn e Radioactive, um oferecimento das aulas de Spinning na academia. Aliás, aulas de Spinning não entram nem nos favoritos no mês, e sim nos favoritos da vida! Uma das poucas atividades físicas que eu faço por puro prazer e não por obrigação.

E sim, eu sou uma pessoa de gosto estranhamente eclético para músicas. 


Queridinhos de beleza



Estou morrendo de saudade de fazer vídeos de beleza! Eu vou voltar a fazer, eu juro, mas enquanto isso não acontece, resolvi mostrar as coisas que tenho amado usar.

O Flat Iron Protection Shine Mist é um spray de brilho e protetor térmico da Lee Stafford, e é muito bom! O cheiro é incrível, a textura é leve, dá para usar nos cabelos úmidos ou secos sem deixar oleoso... enfim, só elogios! Eu realmente acho que meus cabelos ficam muito divos quando uso este produto. Aliás, tudo dessa marca é muito bom, recomendo super!

O batom roxinho da foto é o belíssimo Heroine da MAC. Em mim ele fica super chamativo, dark, mortícia feelings, mas eu gosto e estou achando ótimo para usar no inverno. Sou apaixonada por tons escuros!

Os esmaltes Color Club são uma paixão recente, comprei para experimentar meio sem esperar muito, mas me surpreendi! São bem pigmentados, e as cores ficam super vivas, do tipo que todo mundo pergunta na rua qual cor eu estou usando. Adorei e quero comprar cores novas.



Por fim, essas sapatilhas de matelassê são os sapatos mais usados e amados do meu armário ultimamente! Meu pé é muito chato, eu sofro horrores com sapato que aperta, então quando encontro um modelo confortável compro de todas as cores! A preta é da Moleca e as demais são da Sonho dos Pés, e todas são mega confortáveis. Digo logo que eu tenho uma idêntica da Arezzo, que foi muito mais cara e com três meses de uso já está descolando toda! Nunca mais pago caro, fico com as genéricas baratinhas e lindas. :)

Ufa! Post mega longo, mas é isso aí. E você, o que tem de bom para compartilhar? 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.
 
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