A Arte de Mudar de Opinião

quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Eu sempre fui uma pessoa meio teimosa, mas ultimamente ando cultivando a incrível arte de mudar de opinião... e, surpreendentemente, estou gostando disso. Não sei se é a idade, se é a maturidade que o tempo traz ou se é somente essa coisa de ser uma metamorfose. O que sei é que coisas que antes eu amava já não têm a mesma graça, e a recíproca também é verdadeira.



Antigamente eu gostava de comédias românticas, e não gostava de filmes de heróis. Se tivesse que escolher entre um filme tipo "Como se fosse a primeira vez" ou a um filme do Homem-Aranha, sem dúvida iria ao cinema assistir ao primeiro, mesmo já sabendo como a história terminaria. Hoje em dia, tenho amado filmes de heróis, como Guardiões da Galáxia e Capitão América, e morrido de tédio com as comédias românticas, suas ideias machistas e sua previsibilidade. Também costumava gostar dos filmes de Woody Allen, mas das últimas vezes em que fui ao cinema assistir a um filme dele, voltei para casa decepcionada e com o sentimento de que meu tempo poderia ser melhor investido em outras atividades. Os filmes antigos eu ainda amo mas, de uns tempos pra cá, ou ele perdeu a mão, ou eu perdi a paciência. 

No campo das músicas não é diferente. My Heart will go on, que eu amava na época de Titanic (vamos lembrar que isso foi há DEZESSEIS anos, ouch!!), atualmente me dá ânsia de vômito. Ouvi na sala de espera da depiladora e contei os segundos até ser chamada, porque até mesmo ter meus pelos arrancados com cêra quente parecia menos torturante do que escutar Celine Dion se esgoelar na TV. De metal, contudo, eu não enjoei, e acho que não enjoarei jamais, porque toca minha alma além dos meus ouvidos. 

E quando o assunto são roupas e moda as mudanças são ainda mais chocantes. Na faculdade, sete anos atrás, eu só usava jeans e camiseta. Não mostrava os braços, porque eram (são) rechonchudos demais, e eu tinha vergonha. Saia? Nem pensar. Short só com meia-calça, não importa o calor que fizesse.

E aí que outro dia fui provar uma túnica mega antiga e descobri que não rolava mais de usar com legging, porque já era comprida e comportada demais para o meu gosto. Túnica esta que acabou virando vestido, e fica linda com um cintinho marcando a cintura. Porque hoje em dia, mesmo com quilinhos e pelancas a mais, me dou ao direito de mostrar os braços em uma regata quando está muito calor, e de pôr as celulites para passear, exibindo as pernocas nos shortinhos e sainhas mega curtos que me parecem tão mais confortáveis do que um jeans pesado. Crescer traz algumas chatices, como responsabilidades financeiras e linhazinhas de expressão aqui e ali. Mas a clareza de ideias e o bem-estar consigo mesmo não há dinheiro algum que pague.



No fim das contas, a única certeza que tenho na vida é que não tenho certeza de mais nada. Afinal, legal mesmo é poder mudar de ideia sempre que der na telha. ;)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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