Resenha: O Príncipe dos Canalhas

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Nunca fui fã de romances de época, sempre achei que seria novela das seis em forma de livro, com todo o açúcar e afetação necessários para tanto. Mas ouvi tantos comentários positivos acerca de O Príncipe dos Canalhas, da Loretta Chase, que resolvi dar uma chance. E, minha gente, que livro divertido! O livro foi vencedor do prêmio RITA de Melhor Romance Histórico, e traz a recomendação suprema da Associação Americana dos Romances. Parece promissor, né?  E a melhor parte é que o livro realmente entrega o que promete: um romance fofo, verossímil, bem escrito e que diverte do início ao fim.



A premissa é excelente: um reconto de A Bela e a Fera com uma mocinha à frente do seu tempo como protagonista. O primeiro ponto que chama a atenção em O Príncipe dos Canalhas é a personalidade de Jessica Trent, uma heroína nada convencional e que passa longe do conceito de mulher frágil e submissa. Ao contrário, aos 27 anos, Jessica é considerada uma solteirona e não pensa em se casar. 

Seu sonho é abrir um negócio próprio e livrar o irmão desmiolado das más influências do chamado Lorde Belzebu, apelidinho carinhoso e autoexplicativo do Marquês de Dain, um homem sem escrúpulos ou sentimentos, do qual qualquer moça de respeito gostaria de manter distância. Seu contato inicial com Dain visa a força-lo a se afastar do irmão e, à primeira vista, já saem faíscas entre estes dois personagens de características tão opostas. Mas um efeito colateral acontece e acaba surgindo uma atração mútua.  E agora, como pode uma mulher independente e segura de si lidar com a fera em pessoa? 

Se considerarmos somente a sinopse, pode parecer que O Príncipe dos Canalhas não traz nenhuma surpresa. Mas, acredite, o livro é sensacional! Grande parte disso se deve ao carisma de Jessica e de sua química com Dain. Os personagens são críveis, funcionam bem juntos e, a melhor parte, eles evoluem ao longo da narrativa. Apesar de ser um romance de época, O Príncipe dos Canalhas é zero meloso ou piegas, ao contrário, tem cenas divertidíssimas! É aquele tipo de livro que você se pega rindo em diversas passagens. Até mesmo as cenas de sexo não são gratuitas, ou vulgares, ou apelativas. Tudo funciona na escrita de Chase, que surpreende ao conseguir inovar em um gênero literário que costuma nadar nos clichês. 

A leitura é muito leve e prazerosa, li este livro rapidinho e, cada página me envolveu, mal podia esperar para chegar ao fim. Nos últimos capítulos a história deu uma desacelerada e ficou mais chatinha, mas felizmente voltou ao ritmo antes que eu perdesse o interesse. Esta foi uma leitura que realmente me surpreendeu, e mal posso esperar para ler a continuação, O Último dos Canalhas. É legal quando a gente perde certos preconceitos literários, né?

E você, também gosta de romances históricos

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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