Hugo Cabret: A Invenção dos Sonhos

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu não costumo acompanhar muito os filmes indicados ao Oscar, por conta do meu gosto peculiar para cinema. Não sou nem um pouco fã das pirotecnias hollywoodianas e acho que existe (muita) vida fora das produções americanas. Porém, me encantei por A Invenção de Hugo Cabret (Hugo, 2011) logo na sinopse, e me deixei influenciar pelas dezenas de críticas positivas e pelo bonequinho aplaudindo de pé do jornal O Globo. Fui assistir sozinha, mesmo, achando que o filme ia ser bom, mas não que ia ser maravilhoso. E, olha, me surpreendi demais.

A história é simples: Hugo é um menininho órfão que vive em uma estação de trem em Paris. Além de muitos problemas, Hugo tem também um segredo: antes de morrer, seu pai havia encontrado um robô danificado em um museu. Enquanto tenta consertar o autômato para ter uma recordação do pai, seu caminho acaba se cruzando com pessoas que vão acabar mudando sua vida.


Soa clichê dizer que o filme é uma "declaração de amor à sétima arte", mas é exatamente isso que senti enquanto assistia. Quem conhece ao menos um pouquinho da história do cinema com certeza sai da sala emocionado. Não sou nenhuma especialista, é claro, mas estudei um pouco na faculdade, e foi, no mínimo, tocante reconhecer as inúmeras referências cinematográficas, como a cena mostrando o primeiro filme da história: A Chegada do Trem à Estação. Uma bela homenagem a quem fez e faz os sonhos virarem realidade na telona, que fez a bobona aqui derramar uma ou duas lágrimas. 

A fotografia do filme é um capítulo à parte. Belíssima, mereceu com louvor o Oscar ganho. Mas o filme é encantador como um todo, a história prende o espectador, mesclando lindamente o passeio pela história do cinema com o enredo do filme. Alguns dirão que o final é previsível. Pode ser, mas é coerente, mágico e me emocionou. 

No fim das contas, penso que A Invenção de Hugo Cabret é um bom filme justamente por fugir do comum. Você não vai ver explosões, cenas intermináveis de lutinhas e tensão, muito menos um plot super complicado com mil reviravoltas até chegar ao fim. Em compensação, vai assistir a uma história muito bem contada, que começa em ritmo mais lento mas logo engrena e começa a empolgar. Tanto que eu nem senti as duas horas passarem. 

Na minha opinião, o mundo precisa de menos blockbusters recheados de (d)efeitos especiais e adrenalina e de mais filmes como Hugo, que encanta pela simplicidade, bem como de pessoas com sensibilidade para compreendê-los e apreciá-los. Se você é apaixonado por cinema, gosta de coisas bonitas em geral, ou simplesmente quer se divertir, recomendo que assista. :)

(Em tempo, apesar de achar que esta história nasceu para ser contada nas telas, fiquei muito curiosa para ler o livro em que ela foi baseada. Se eu conseguir comprar/baixar conto aqui o que achei! ;D)
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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