Quem é Você, Alasca?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Sabe aquele livro que parece despretensioso mas, à medida que você vai lendo, a leitura vai se tornando cada vez mais profunda? É este o caso de Quem é você, Alasca?, o primeiro livro de John Green e que não fez feio! Ao contrário, é um livro que me surpreendeu positivamente.


O que eu mais amo na escrita do John Green é que as premissas de seus livros são simples mas ele faz uma mágica e deixa a trama inexplicavelmente intensa, muitas vezes levando o leitor a reflexões super profundas. Isso é muito bom para alguém cujo público-alvo são os leitores mais jovens, pois dá a eles o que pensar, mostrando que literatura não precisa ser tão-somente entretenimento.

Mas vamos ao plot! O personagem principal é Miles, um nerdzinho comum que vive uma vida comum, sem amigos, sem namoradas. Uma peculiaridade dele é sua fascinação por biografias, e mais especificamente por últimas palavras de gente famosa. Sim, ele coleciona últimas palavras e é capaz de recitá-las de cor.

Uma destas quotes é "vou em busca de um grande talvez" e esta expressão o marca tanto que ele próprio decide mudar tudo e ir em busca do grande talvez, algo que ele interpreta como "algo mais" que vá além de sua vida banal. É assim que ele acaba em um internato, onde finalmente faz amigos e conhece a Alasca, por quem acaba desenvolvendo uma espécie de paixão platônica.

A Alasca é a personagem que divide opiniões, e a minha é simples: a adorei e super me identifiquei com seus dramas e inconstâncias! Ela dá o tom do livro, e é aquela personagem que ou você ama ou odeia. No fim das contas, é a personalidade peculiar de Alasca que motiva a questão central do livro.

O livro é dividido entre “antes” e “depois” de um acontecimento chocante que só se dá mais ou menos na metade da história. Na minha opinião, a parte do depois é bem mais interessante, porque é nela que acontecem as grandes reflexões que o livro propõe.  

Neste momento, serão discutidas questões como: o que acontece quando nós morremos? Qual o sentido da nossa existência? E também é apresentado o conceito de “labirinto do sofrimento”, sendo o labirinto uma metáfora para a imprevisibilidade e os percalços da vida. Estes normalmente não são questionamentos levantados em livros contemporâneos para jovens adultos, e a forma como John Green os aborda é tão acessível que a leitura flui muito bem. Para um livro de estreia, é surpreendentemente bom.

Fiz um vídeo sobre minhas impressões de leitura. Se quiser saber mais, é só dar o play:



E é isso, voltei a me sentir empolgada com John Green e quero nem saber se já "passei da idade" de gostar de YA: ainda quero muito ler O teorema Katherine e Cidades de papel.

E você, já leu Quem é você, Alasca?
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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