De por que eu achei Cinderela a grande decepção de 2015

quinta-feira, 9 de abril de 2015
Eu ando amando a "nova onda" da Disney, vide minha paixão por Frozen e Malévola (e acrescentaria Valente à lista!) e como adoro adaptações não-animadas das animações que marcaram minha infância, é natural que Cinderela fosse um dos lançamentos mais esperados por mim em 2015. Fui assistir na maior empolgação e o filme me decepcionou num grau que eu não só fiquei #xatiada por gastar dinheiro à toa com o ingresso: eu simplesmente saí revoltada da sala de cinema, e não consegui segurar vários comentários maldosos ao longo do filme.



Para começar, o filme é um mar de clichês. É claro que trata-se de uma releitura de conto de fadas, não sou louca de esperar mil plot twists no enredo, mas eu esperava algo novo, que fugisse à mesmice, que não fosse tão somente uma versão com atores do desenho que vi quando criança. E definitivamente não foi isso que encontrei. Não há nada neste longa que surpreenda, que tire o fôlego, que te faça ansiar por mais. Achei tudo bem raso, tudo bem mais ou menos.

Fora o roteiro entediante, eu acho até bacana o lema "tenha coragem e seja gentil", no trailer parecia promissor e poderia dar margem para transmitir uma mensagem bem bonita... mas o que acontece é que este "slogan" é repetido exaustivamente ao longo da história, eu não teria dedos para contar quantas vezes ouvi menções da Cinderela a ter coragem e ser gentil. Ok, a gente já entendeu, podemos virar o disco? Tá chato, tá repetitivo, tá enchendo linguiça. Fora que a personagem principal é uma mosquinha morta que claramente confunde "gentileza" com ser ingênua, imatura e submissa. Parece que gosta de ser escrava, de ser humilhada, de ser tratada como lixo e ainda aplaudir. No desenho animado não me lembro de a personagem chegar a este extremo, muito menos no conto de fadas original. Além de não convencer, isso me irritou profundamente!



Por sinal, eu acho um puta de um retrocesso um filme da Disney trazer uma mocinha tão otária apática depois dos últimos longas que quebravam tantos paradigmas. Digo logo que a Merida e a Rainha Elsa chutariam a bunda da Cinderela sem dó nem piedade

Não sou do time que acha que todas as mulheres da ficção precisam ser fortes e duras na queda, pelo contrário, gosto que os filmes (e livros, e séries..) representem os diversos tipos, tamanhos e personalidades de mulheres que existem neste mundo, mas eu não consigo engolir uma pseudo-heroína tão boba e infantil quanto esta versão de Cinderela. Não me representa, sabe? Acho mesmo é que daria para fazer muitos origamis com o papel de trouxa da personagem. 

(E, aliás, o que houve com aquele discurso de que "você não pode se casar com alguém que você acabou de conhecer", hein, hein, hein, hein, Dona Disney?)

Mas, Fabiola, o filme não tem pontos positivos? Tem, sim. A fotografia é absurdamente linda, de cair o queixo em alguns momentos. Os figurinos também têm lá seu charme, e eu realmente gosto dos efeitos visuais, sobretudo quando o vestido da Cinderela roda durante o baile, acompanhando seus movimentos. Achei um dos pontos altos do longa, realmente dá gosto de se ver, muito embora eu ache que o modelito azul com borboletas e fru-frus tem um pé na breguice. Mas divago. 

Sinceramente, não acho que o fato de Cinderela ser visualmente bonito pague o completo tédio que senti durante duas longas horas no cinema. Não cheguei a odiar o filme, mas ficou tão aquém das minhas expectativas que é impossível conter a decepção. Acho que dá para notar meu descontentamento pela quase-resenha, né?



Meu veredicto é: a melhor parte de Cinderela é o curta de Frozen, Febre Congelante, que passa antes de o filme começar. É muuuuuuuuito fofo, e eu já quero um bonequinho de neve de pelúcia para chamar de meu. ♥

Enfim, se quiser uma crítica muito mais embasada do que a minha, sugiro que você visite o site do Almanaque Virtual e leia a crítica da Raíssa, que traz muitos pontos com os quais concordo plenamente. É claro que tem gente que amou o filme, mas gosto é aquilo mesmo que você está pensando, né? Cada um tem o seu. ;)

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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