A rotina e os croissants de queijo com presunto

sábado, 6 de julho de 2013
É engraçado como a gente, sem querer, se condiciona a fazer sempre as mesmas coisas com que estamos acostumados, né? Não sei se por preguiça, por medo, ou conformismo, o fato é que as pessoas, às vezes, tendem a se acomodar e optar pelo certo em vez de arriscar aquilo que é duvidoso. Lógico que não estou falando de, um belo dia, você acordar com vontade de saltar de pára-quedas. Falo das pequenas coisas do dia-a-dia: aquelas que, muitas vezes, podem parecer insignificantes.

Outro dia eu estava em um Café simpático cuja especialidade são os croissants. Desnecessário dizer que, dentre doces e salgados, a casa oferecia uns cinquenta sabores diferentes da iguaria. Pois bem, eis que aparece um senhor, senta-se à mesa, e prontamente pede à garçonete: “Me vê um croissant médio de queijo com presunto, por favor”. Logicamente nada tenho a ver com as preferências alimentares daquele homem, mas decerto isso me fez pensar no assunto.



Penso que, se a pessoa entra em um estabelecimento que oferece N tipos de croissant e pede um sabor que pode ser encontrado em qualquer padaria, das duas uma: ou ela é completamente aficionada por queijo e presunto, ou, o que é mais provável, ela tem medo de arriscar um novo sabor e se arrepender. É o mesmo caso de quem vai em uma sorveteria gourmet e pede um sorvete de creme, por exemplo.

Por medo de gastar dinheiro e acabar insatisfeita com o sabor, a pessoa acaba optando sempre por aquilo que não tem erro: o croissant de queijo com presunto, o sorvete de creme, o vestido “pretinho básico”, o emprego estável que não oferece desafios, e por aí vai. Estes exemplos podem até parecer banais, mas a questão é que, para mim, boa parte da graça da vida está em correr riscos. A rotina pode ser uma coisa muito chata e, por mais que não se possa fugir dela indiscriminadamente, ela pode ser quebrada de quando em quando.

Não sou nenhuma perita em psicologia nem nada do tipo, mas penso que, se a pessoa tem medo de arriscar um novo sabor de croissant, provavelmente terá medo de arriscar qualquer mudança. O novo sempre assusta, mas é preciso ter em mente que nem sempre mudanças são prejudiciais. Ao contrário, geralmente as pessoas que ousam fazer diferente acabam obtendo mais êxito profissionalmente. E uma boa maneira de treinar essa “quebra de protocolo” é justamente ousar mais nas escolhas cotidianas.

Portanto, da próxima vez em que você for fazer um lanchinho, que tal escolher um sabor de sanduíche que você nunca tenha provado, um sorvete mais “exótico” ou um modelito mais ousado de vestido? Pode ser que você aprenda que croissants com recheio de tomate seco e rúcula, por exemplo, podem ser bastante saborosos.
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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