A Culpa é das Estrelas - John Green

segunda-feira, 16 de junho de 2014
E então eu dei o braço a torcer e decidi ler A Culpa é das Estrelas, o livro mais famoso e comentado do John Green. Logo nas primeiras páginas eu torci o nariz, porque a linguagem extremamente informal e excesso de gírias no início da narrativa me incomodaram. Mas aí algo mágico aconteceu, a história começou a me prender, e a narrativa engrenou. E podem falar que o John Green é superestimado, que é modinha, que existem mil outros autores melhores que ele no mundo... tem algo em sua escrita que me faz não querer parar de ler. Foi exatamente como "profetizado" na capa: eu ri, chorei, e terminei a leitura querendo muito mais!



A Culpa é das Estrelas conta a história de Hazel e Gus, um casal de adolescentes com câncer que descobrem um no outro uma razão para suportar os infortúnios da vida, a doença e os problemas. E sim, isso obviamente grita clichê em caps lock e pode soar bastante previsível, até. Mas, acredite, o que importa neste livro não é o rumo que a história toma, e sim o que você pode tirar dela. Com suas quotes inspiradas, profundas e, ao mesmo tempo, simples, sobre a vida, o livro do John Green dá aquele quentinho no coração que eu tanto amo em livros sem pegada fantástica-sobrenatural. Você se sente próximo dos personagens, e consegue criar uma empatia mesmo nunca tendo passado por situações parecidas. 

O que mais amei sem dúvida foram os insights sobre a vida e sua efemeridade. Aparentemente, um dos efeitos colaterais de se estar morrendo (e saber disso) é pensar muito sobre a vida. Assim, Gus e Hazel nos brindam com uma série de pensamentos interessantes, que, no mínimo, levam a uma reflexão. É daqueles tipos de livro que você precisa ler com um caderninho do lado para anotar as partes bacanas!



Se eu fosse resumir do que se trata a história de A Culpa é das Estrelas, não diria sequer que é "um livro sobre crianças com câncer", porque seria muito simplista. Na verdade, trata-se de um livro sobre o quanto a vida é efêmera, e sobre o que, de fato, faz com que nossas vidas valham a pena. Um ponto recorrente da narrativa é o esquecimento. Gus quer se tornar eterno, quer que seu nome perdure mesmo depois de sua morte, porque, para ele, o sentido da vida é fazer algo grandioso e importante. Mas, na verdade, não precisamos fazer tanto esforço para que nossa vida valha a pena. São as pequenas coisas e os momentos simples que acabam importando, no fim das contas.

Ler este livro foi um tapa simbólico na cara, porque eu tendo a ter esses ataques de megalomania de vez em quando, e começo a achar que oh-meu-deus-do-céu-eu-já-tenho-26-anos-e-o-que-eu-fiz-da-vida. A Culpa é das Estrelas me ajudou a enxergar que tudo bem se eu ainda não escrevi um livro mundialmente famoso nem fiz algo realmente grande, porque existem mil outras razões para a minha vida ter feito sentido até agora. Achei um conceito bacana de se passar para jovens que, muitas vezes, se sentem perdidos e não sabem que rumos suas vidas irão tomar.



Sobre o título (que eu adoro e acho que super faz sentido) o próprio John Green falou neste vídeo aqui, e eu concordo: tudo bem que a gente colhe o que planta, mas muitas vezes surgem intempéries durante o cultivo que fogem ao nosso controle e acabam prejudicando a colheita, se é que me entendem. Nem sempre as coisas boas ou ruins que nos acontecem são frutos de nossas escolhas. Em alguns casos, a culpa é puramente das estrelas, ou da sorte, ou do destino...

Fiz um vídeo falando um pouco sobre minhas impressões de leitura, e nele eu também conto o que achei da adaptação para os cinemas. Está imperdível!



E você, também se rendeu aos encantos de John Green? Tem outro livro do autor para me indicar?

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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