Gostei mas não amei: Garota Exemplar de Gillian Flynn

segunda-feira, 30 de junho de 2014
Eu não sei se com todo mundo é assim, mas comigo, se eu vou com muita sede ao pote, acabo me decepcionando em 80% das vezes... pelo menos no que se refere à literatura! E foi exatamente isso que aconteceu com Garota Exemplar, de Gillian Flynn. Eu tinha certeza que ia amar, porque gosto de livros de suspense e o livro está sendo super elogiado por aí... mas na verdade eu gostei, mas não me apaixonei.



Garota Exemplar conta a história de Amy Elliot, uma garota que só é exemplar no título. Ela é casada com Nick Dunne, um cara bonzinho porém babaca. No dia do quinto aniversário de casamento, Amy desaparece sem deixar rastros, e logo todas as suspeitas recaem sobre seu marido. Mas será que Nick, dentre todos os seus defeitos, também é um assassino? Isso a gente descobre mais ou menos na metade do livro, que é quando a narrativa começa a ficar interessante de verdade!

Uma coisa que curti muito foi o fato de a narrativa alternar entre os pontos de vista de Nick e de Amy. Enquanto alguns capítulos são narrados por Amy Elliot em seu diário (obviamente escrito antes do desaparecimento), outros são narrados pelo marido, assim o leitor nunca sabe direito o que pensar! Achei curiosa a maneira como a autora nos faz odiar ou amar um dos personagens a cada capítulo, e eu me peguei dividida entre ódio mortal e amor eterno pela Amy em vários momentos.



Por falar na Amy, ela é sem dúvida a melhor coisa do livro! Adorei a construção da personagem, suas falhas de caráter encobertas pela beleza estonteante e por seu charme, adorei como ela é super inteligente e tem tiradas implacáveis, sobre seu papel (e o das mulheres em geral) na sociedade e sobre a vida, basicamente. Anotei várias das suas reflexões, porque me identifiquei horrores! Já com o Nick, embora eu tenha torcido por ele em alguns momentos, não conseguiu me cativar. Me parece o tipo de homem que eu desprezaria se fosse de carne e osso. 

Embora o livro tenha construções interessantes e seja bastante envolvente da metade em diante, preciso dizer que notei algumas falhas graves. Duas coisas me incomodaram muito: o início e o final! O início do livro, apesar de ser promissor com o desaparecimento de Amy Elliot logo nas primeiras páginas, é meio moroso. A história demora a convencer o leitor, tanto que eu demorei umas três semanas para ler cem páginas! Depois de um tempo o livro engrena, mas aí o final morninho e "indeciso" estraga tudo de novo. Digo "indeciso" porque é um final tão sem graça, tão em cima do muro, que me deu sono, sério. Sim, é imprevisível. Mas imprevisível nem sempre é sinônimo de bom.

Enfim, falo melhor sobre o desenrolar da história, a construção dos personagens e sobre a minha experiência de leitura no vídeo, vale a pena assistir.



Em geral, gostei do livro, mas não amei, não releria, e não acho que seja necessário na estante. Mas não se deixe levar totalmente pela minha opinião, pois, aparentemente, muuuita gente adora este livro. Indico para quem gosta de livros de suspense com uma narrativa pouco usual e personagens ~peculiares~.

Quem já leu me conta o que achou. o/
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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