2 Filmes: Trocando os Pés e A Incrível História de Adaline

quarta-feira, 10 de junho de 2015
Recentemente assisti a dois filmes em cartaz nos cinemas: Trocando os Pés e A Incrível História de Adaline. Apesar de terem propostas diferentes, têm em comum o fato de mesclarem elementos mágicos com a vida real. Então, decidi falar um pouquinho sobre eles, assim quem sabe dou uma luz para quem está em dúvida quanto ao que assistir no cinema, né?



Trocando os Pés é um filme do Adam Sandler que não parece um filme do Adam Sandler. Confuso? Eu explico. Apesar de ter alguns clichês comuns aos filmes deste gênero, não traz o humor pastelão, as piadinhas escatológicas, as caretas e os trejeitos de outros filmes estrelados pelo autor.

O longa conta a história de um sapateiro meio frustrado que, certo dia, descobre a capacidade de se transformar em qualquer pessoa ao usar os seus sapatos, tudo isso graças aos poderes mágicos de sua velha máquina de costurar solados. Com esta habilidade, ele vai finalmente sentir o gostinho de viver outras vidas e passar por emoções que ele nunca sonharia. Me lembrou vagamente Click, porém menos piegas, apesar do final previsível.

Tem aquela coisa de autodescoberta e redenção comum aos filmes adamsandlizísticos mas, desta vez, não achei que isto foi conduzido de uma maneira irritante.



A Incrível História de Adaline tem uma das premissas mais legais dos últimos tempos, e conta a história de Adaline Bowman, uma mulher que, aos vinte e poucos anos, simplesmente parou de envelhecer e mantém a mesma aparência e juventude há mais de um século. Isso pode parecer um sonho à primeira vista, mas pode ser bem complicado ver todos à sua volta morrerem e jamais poder amar ninguém de verdade. Parece promissor, né? Infelizmente, porém, o roteiro não funcionou para mim.

Muitas coisas incomodaram neste filme. Pra começar, o par romântico de Adaline, Ellis, me lembrou muito uma versão menos pervertida de Christian Gray: o cara é rico, insistente, acha que mulheres devem ser "conquistadas", não aceita "não" como resposta e tem a mania irritante de stalkear o alvo de sua cobiça. Houve uma cena, pasme, que o personagem ameaça não fazer uma valiosa doação para a biblioteca onde Adaline trabalhava caso ela não aceitasse sair com ele. Te lembrou alguém? Pois é.

Além disso, me incomodou como o que poderia ser um filme ótimo, super profundo e com altas reflexões sobre a vida e sobre o amor acabou se transformando em um romance bem comum. Pegue uma ideia interessante, adicione um saco de clichês e arremate com um final mais do que previsível e você terá uma boa ideia do filme. Saí irritada do cinema, juro.

Não é que tudo em Adaline... tenha sido péssimo. Como eu disse, achei a premissa muito criativa, a personagem da Adaline é mega inteligente e divertida, apesar dos traumas sofridos ao longo de uma vida de mais de cem anos, e eu gostei muito de como o filme é narrado como se fosse uma fábula, com uma voz em terceira pessoa nos contando a história depois que ela já havia acontecido, no melhor  estilo "era uma vez". Mas, em geral, o filme trouxe mais pontos negativos do que positivos

Sinceramente, dentre estes dois, eu achei Trocando os Pés um filme bem mais honesto, porque, se não surpreende, também não decepciona: você sabe que não é para esperar muito dele, e o filme cumpre seu papel de entretenimento. Sim, o final é clichêzão e eu adivinhei o que iria acontecer muito tempo antes das últimas cenas, mas pelo menos foi uma boa distração. Já A Incrível História de Adaline me desapontou absurdamente, porque eu tinha expectativas elevadas que acabaram não sendo alcançadas.

Achei este filme, honestamente, o desperdício de uma boa ideia, que poderia gerar uma história incrível se fosse bem executada. Infelizmente, preferiram apostar no caminho mais fácil e transformar o filme em uma comedinha romântica bem boba, com o agravante de trazer um "mocinho" muito do duvidoso. Não valeu o custo do ingresso e eu acho que teria sido mais feliz se tivesse assistido piratamente mesmo. 

Espero que os próximos filmes sejam mais surpreendentes! Você tem algum para me indicar? 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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