Cocota Nerd Lê: A Corte do Ar

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Sabe quando um livro tinha absolutamente tu-do para te ganhar por completo, mas acaba ficando aquém das suas expectativas? Foi essa a minha relação com A Corte do Ar, do Stephen Hunt, que a Editora Saída de Emergência gentilmente me enviou. Estava mega empolgada com este livro, porque nunca tinha lido nada do gênero steampunk e este título é aclamadíssimo, logo, o que poderia dar errado? Acontece que a leitura não fluiu da maneira desejada, e pretendo explicar o motivo nos próximos parágrafos.


A Corte do Ar é ambientado na Inglaterra Vitoriana, habitada por reis, homens-vapor e muitas entidades fantasiosas. O livro narra a história de Molly Templar e Oliver Brooks, dois órfãos que não se conhecem mas compartilham de uma sina terrível: ambos estão sendo perseguidos por pessoas desconhecidas, e ambos têm o poder para salvar o mundo de um mal que, até então, não se sabe exatamente qual é.

A história é extremamente bem escrita, dá para ver que o autor se esmerou para criar um universo totalmente original e verossímil. Eu consegui me identificar com vários aspectos das personagens e adorei várias quotes, tanto que marquei passagens e mais passagens com post-its. Apesar disso, achei o livro um pouco irregular, alternando trechos eletrizantes com outros repletos de marasmo.

Para começar, achei bem difícil entender a história, principalmente pelo fato de não estar familiarizada com o gênero. Como a mitologia criada por Hunt é bem rica e complexa, é preciso ter muita atenção para não perder pequenos detalhes, e eu simplesmente não estava nessa vibe de ler prestando atenção em cada letrinha. Depois de umas duzentas páginas me adaptei, mas, ainda assim, achei que a história demorou a engrenar. 

Outra coisa que me incomodou demais é que realmente não vi necessidade de gastar mais de 500 páginas com este livro, a história poderia ser mais ágil e ser condensada em bem menos páginas, achei cansativo e no fim, tudo o que eu mais queria era terminar logo. Novamente, talvez a culpa seja minha, que não estou muito no clima de livros longos e altamente descritivos, mas ainda assim, ainda sou fã da objetividade. 

Só falei até agora dos pontos negativos, mas o livro tem pontos muito positivos, como a alta crítica social contida nas entrelinhas. Dentre outros dramas, a história apresenta conflitos entre direita e esquerda, entre monarquia e república, entre pessoas que querem lutar para mudar o mundo e outras que desejam a manutenção do status quo. Há inclusive um personagem claramente inspirado em Karl Marx, que escreveu um livro igualmente inspirado n'O Manifesto Comunista. Dá para pescar várias referências, e eu achei isso incrível.

Outra coisa que eu amei foi outro assunto que é trazido à tona no fim do livro: será que, ao chegar o poder, aqueles que antes eram oprimidos continuam pensando no bem do povo, ou o poder acaba subindo à cabeça e eles se tornam, ironicamente, opressores? Esta questão aparece em distopias como A Esperança (Suzanne Collins) e A Revolução dos Bichos (George Orwell) e achei muito bem colocada, me deu no que pensar. O livro é lotado de referências e, como falei, dá para tirar diversas reflexões, inclusive traçando um paralelo com a própria história da nossa sociedade. E foi aí que o livro me fisgou.

Pode parecer que não gostei do livro, mas a verdade é que eu gostei, mas não sou exatamente o público-alvo deste tipo de história, por isso não pude tirar total proveito dela. Já vi pessoas falando maravilhas de A Corte do Ar no YouTube e no Skoob, e tenho certeza que muitos fãs de fantasia e de ficção científica vão amar esta série! Não é a minha praia, mas reconheço a qualidade da obra.

No vídeo eu falo um pouco mais sobre isso e dou uma opinião mais redondinha sobre o livro.


E é isso! Se você tem algum livro steampunk para me indicar faça-o nos comentários, porque fiquei interessada no gênero e quero conhecer um pouco mais. Vou ler a série O Protetorado da Sombrinha logo menos, e conto minha opinião por aqui. ;)

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Disclaimer: Este livro foi enviado pela editora para resenha. Tudo o que foi exposto neste artigo é baseado em minha opinião sincera e não recebo nenhum tipo de compensação para escrever o post.
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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