Guilty Pleasures Literários

terça-feira, 1 de outubro de 2013
Eu já devo ter comentado por aqui que meu gosto literário é meio diferenciado. Leio de tudo, mas gosto mais dos livros que promovam uma reflexão e agreguem algo à minha vida ao invés de ser mero passatempo. Meus livros preferidos são os que vão além da fórmula “mocinho + mocinha = felizes para sempre”. Mas ninguém é de ferro e eu também tenho certos guilty pleasures literários, ou seja, livros que não têm qualidade tão boa e às vezes nem são muito bem escritos, mas que são ótimos para relaxar a mente e se distrair. 



Meu maior guilty pleasure literário com certeza é chick-lit e eu tenho uma relação de amor e ódio com o gênero. Alguns livros, como os da Marian Keyes, até vão além do “papo de comadre” para tratar de temas mais sérios, mas devo admitir que a maioria dos chick-lits é 100% aguinha com açúcar. Muitas vezes morro de vergonha alheia das personagens principais e sei que em muitos desses livros a linguagem utilizada é extremamente rasa. Mas acho ótimo para dar boas risadas. Só não vale achar que é o melhor gênero literário do mundo e se fechar completamente para outras leituras, né? 

Outro guilty pleasure são os romances policiais. Existem autores e autores, e alguns livros policiais são inteligentes e bem-escritos (me julgue, mas Agatha Christie é diva!) mas outros são descartáveis, a ponto de eu me esquecer totalmente da história dias depois de ler, e têm a função apenas de distrair. Contanto que cumpram este propósito, estou feliz. 

Recentemente entraram na moda os romances eróticos, ou pornô soft, e me julgue com força, mas eu acho divertidíssimo! Haja vista que eu tenho mil ressalvas com 50 Tons de Cinza por conta da submissão da Anastasia, do jeito possessivo, stalker e controlador do Mr. Grey e do fato de a história ser estupidamente mal escrita e repetitiva, mas ainda assim ri horrores lendo o primeiro volume (o segundo, contudo, não consegui terminar porque a mais-do-mesmice atingiu níveis insuportáveis e eu joguei a toalha nas primeiras páginas). Acredito que se o livro fosse (bem) menos machista e escrito com uma linguagem menos patética poderia ser uma leitura bem legal. 

Por fim, a categoria que eu amo odiar: YA, ou young adult! Meu problema com os YAs é que, de uns tempos para cá, todo mundo parece só dar atenção a eles! Estes livros têm um público muito específico, leitores por volta dos vinte anos e, portanto, aborda os assuntos pertinentes a esta faixa. Só que eu já cansei de ver gente de mais de trinta que só lê YA na vida. E ok, cada um lê o que bem entende, e quem sou eu para julgar o gosto alheio? Mas nunca entenderei adultos que só lêem volumes voltados para leitores bem mais jovens. Tem tanta coisa bacana sendo publicada que eu vejo como desperdício que muita gente fique presa a somente este gênero literário, sobretudo quando grande parte desta "muita gente" já nem é mais tão jovem adulto assim.  Gosto do gênero, mas acho superestimado, pronto falei.  



Moral da história? Vou continuar apreciando os clássicos e os livros "de adulto sério", mas no meu coração de leitora tem espaço para vários gêneros, tudo depende do momento que estou vivendo e do que eu espero de cada leitura. 

E você, também tem guilty pleasures literários?
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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