O que eu achei de Juliette Society, o livro da Sasha Grey

sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Se uma coisa boa que 50 Tons de Cinza trouxe de bom para a humanidade é que os livros eróticos passaram a ser visto com uma naturalidade maior. Eu já falei por aqui que gosto bastante do gênero, acho divertido e ótimo para passar o tempo. Recentemente o romance Juliette Society entrou em pauta, principalmente porque foi escrito pela ex porn star Sasha Grey. Não estava esperando muito mas li e surpreendentemente gostei. E cá estou para falar o que achei dele.



A história gira em torno de Catherine, uma estudante de cinema que se vê às voltas com a falta de atenção de seu namorado Jack, um workaholic que tem tempo demais para o trabalho e tempo de menos para o sexo. Para piorar, ela tem um desejo absurdo pelo seu professor... tão absurdo que chega a levantar suspeitas. Sua colega de classe, Anna, acaba descobrindo a paixão secreta de Catherine e isso as aproxima. É justamente essa nova amiga que vai introduzir Catherine na sordidez da Juliette Society, mostrando um mundo novo em que poder e sexo estão intimamente ligados.

A Juliette Society em si é como uma sociedade secreta milenar, em que pessoas ricas, influentes e poderosas se reúnem para fazer sexo sem amarras, sem compromisso, sem pudores, costume que perdura por longos anos, até os dias de hoje. Mas se engana quem pensa que ela é o foco principal do livro. Na verdade, a Juliette Society só ganha importância na metade da história. A maior parte da narrativa gira em torno das descobertas sexuais de Catherine e suas aventuras sexuais, com pitadas de sadomasoquismo, sexo anal com manteiga e outras excentricidades. Enquanto algumas das cenas descritas no livro acontecem de verdade, outras são frutos da imaginação da personagem, e muitas vezes isso confunde o leitor, o que eu achei um dos poucos pontos negativos de Juliette Society.



O livro é muito apimentado, se distanciando muito da classificação de "romance erótico" para flertar com o gênero "literatura pornográfica". Decididamente é para ser lido com a mente aberta e livre de tabus e preconceitos quando o assunto é sexo. Porque sim, o sexo aqui é parte fundamental da história, quase como um personagem independente, e o livro de Sasha Grey não existiria sem ele. Não há romancezinho meloso ou protagonistas pudicas, o negócio aqui é putaria hardcore sexo selvagem, ponto.

O que eu amei de verdade foram as referências cinematográficas ao longo do livro! Dá para ver que a autora não só adora cinema como pesquisou para escrever seu livro. Há várias citações contextualizadas e também referências mais implícitas, como a supracitada passagem do sexo anal com manteiga, que remete ao clássico O Último Tango em Paris. Outras referências a filmes como Cidadão Kane, De Olhos Bem Fechados, Um Corpo que Cai, entre outros, também permeiam a narrativa, tornando o livro bem gostoso de ler para os amantes do cinema.

Falei sobre tudo isso e muito mais na minha vídeo-resenha sobre Juliettte Society. Só aviso logo que o vídeo contém todo o tipo de palavras "de baixo calão", então se você não quer ver Fabiolinha falando mais palavrão do que de costume, pule para os outros vídeos do canal. ;)




E você, já leu Juliette Society? Se empolgou tanto quanto eu? Me conta nos comentários!

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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