Batidas na porta, é o tempo

terça-feira, 4 de novembro de 2014


Dia desses meu pai me chama no gtalk para contar que assistiu a um anúncio da Vivo e lembrou de mim. O anúncio é este aí abaixo, e mostra um pai empurrando a filhinha no balanço. Ao som de Time After Time, a garotinha cresce até chegar à idade adulta e ter seus próprios filhos, mas continua eternamente sendo a menininha do papai. Trabalhar com marketing deveria ter me deixado imune a essas coisas, mas fato é que o comercial de um minutinho me emocionou e me fez refletir. 


Eu sou oficialmente adulta há uns bons anos. Moro sozinha há mais de dois. Já casei. Já descasei. Pago minhas contas, saio a hora que quero, e posso ou não voltar para casa, afinal, não devo satisfação a ninguém além de mim mesma. Então, por que raios eu não consigo me sentir como gente grande?

Não sei se é só comigo, mas, às vezes, me dá uma súbita desesperança, um sentimento besta de eu-já-tenho-26-anos-e-o-que-fiz-eu-da-vida. E rola também um pânico momentâneo quando a lâmpada queima,  o ar-condicionado pifa, a descarga não pára de disparar, e outras pequenas tragédias domésticas que só quem mora ou já morou sozinho entende. Essas são as dores e as delícias da liberdade (e da adultice, por sinal). A gente pode fazer quase tudo o que quer, mas arrumar a bagunça, em sentido literal ou figurado, é uma tarefa só nossa.

No fim das contas, em uma coisa a Vivo estava certa: a vida passa em velocidade 4g e, se a gente pisca, acaba perdendo alguma coisa. Espero chegar lá na frente e me dar conta de que a minha foi bem desfrutada. :) 
Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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