Andei lendo: Ai de ti, Copacabana (Rubem Braga)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Eu sou apaixonada por crônicas! Gosto de escrevê-las e também de lê-las, e muitos dos meus autores nacionais favoritos são justamente escritores de crônicas. Adoro a forma como eles conseguem transformar fatos aparentemente banais em algo gostoso de ler, e que gera uma identificação imediata com o leitor. Um dos cronistas que descobri recentemente e me apaixonei à primeira vista foi o Rubem Braga! E é dele o livro sobre o qual conversaremos hoje, o Ai de ti, Copacabana.



Ai de ti, Copacabana foi lançado em 1962 e reúne 60 crônicas do autor. Os textos do livro têm vida própria e um estilo completamente inovador criado pro Braga, transitando entre a crônica, a poesia e o conto. Poesia em forma de prosa seria uma boa definição para boa parte da obra do cronista.

Algo que amei foi que grande parte das crônicas se passa no Rio de Janeiro da década de 50, e como carioca meio fake, porém orgulhosa, curto muito esses passeios imaginários pelos anos dourados da cidade que as crônicas de Braga me proporcionaram. Seria impossível chutar uma preferida neste livro, porque gostei de quase todas. Uma das que mais me chamaram a atenção, pela simplicidade e, ao mesmo tempo, a abundância de significado, foi O Padeiro




A crônica que dá nome ao livro é imperdível, uma espécie de "profecia" segundo a qual Copacabana seria castigada, algum dia, por seus pecados. E é interessante ver que, apesar de longe de ser arrebatada pelos oceanos, Copacabana perdeu muito o glamour e o status de que gozava na época, como bem pontuou Moacyr Scliar certa vez. Pode ter perdido o glamour, mas não o charme, deve-se dizer. Mas digressiono.

Voltando ao livro, indico muito para quem, como eu, sabe que, para um texto ser incrível, ele não necessariamente precisa contar com elementos mágicos, fatos absurdos ou personagens cheios de qualidades e superpoderes. Às vezes, a melhor poesia vem do corriqueiro.

Falei um pouco sobre o livro no vídeo abaixo, e sugiro assisti-lo caso queira saber mais:



E você, também gosta de crônicas ou prefere a velha e boa ficção?

Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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