Seis de Abril

domingo, 6 de abril de 2014
Era abril de 2010 e o Rio tinha acabado de passar por um dos temporais mais fortes da história. Mas eu me sentia como se a maior tempestade estivesse acontecendo dentro de mim. Naquele momento eu tive a certeza absoluta de que estaria sozinha para sempre, de que seria a única pessoa responsável por mim, pelo meu sustento, pelo meu bem-estar. Que a partir daquele momento ninguém no mundo iria me amar somente por eu existir, somente por eu ser eu. 


Eu não sei se em algum momento a saudade simplesmente passará, ou se algum dia o seis de abril será uma data normal para mim. Mas, se for, quatro anos ainda não foram suficientes. Porque a saudade até fica adormecida, mas está sempre lá, acenando para mim. 


A lembrança continua em cada biografia na minha estante, em cada coisa que ela me ensinou, em cada passeio na beira do mar, em cada lição aprendida praticamente por osmose. Porque afinal, foi ela que me ensinou a (gostar de) ler, a lutar pelos meus direitos, a não abaixar a cabeça para ninguém, a ter ideias mirabolantes para tudo, a não me deixar ser feita de boba, a ver a beleza nas pequenas coisas. 


Ela me ensinou a ser quem eu sou. E eu serei grata para sempre. 





Fabiola Paschoal
Bibliófila, feminista, redatora, geek. Entusiasta das letras e das artes, adora quebrar estereótipos e dar opinião sobre qualquer assunto.

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